A assinatura Selecta de Ricardo Ayala dá-nos música, e a identidade traz luta

Licenciado em Marketing & Publicidade, Ricardo Yala vai deixando marca na produção de eventos culturais, com projectos como
Mundo Mestiço, Cabaret Tropical e Boda de Kambas. Nascido em Lisboa nos anos 80, o também DJ Selecta Ayala viveu em Macau e em Angola antes de se voltar a fixar em Portugal, onde até já foi condutor do próprio tuk-tuk. Uma viagem com paragem obrigatória na luta anti-racista, para seguir amanhã, n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

Os seus DJ sets têm fama “de fazer dançar a mais céptica das almas”, ao mesmo tempo que prestam “ode à música negra, à dança da revolução e à palavra consciente”, introduz-se na apresentação de uma de muitas actuações de Selecta Ayala. Activo desde os anos 90, Ayala “tem vindo animar pistas de dança um pouco por todo o lado”, prossegue a mensagem, concluindo: “A sua marca é a fusão de estilos e ritmos”.

A par da identidade DJ, desenvolvida entre Lisboa e Luanda, Ricardo Ayala tem-se distinguido na produção de eventos culturais – como

Mundo Mestiço, Cabaret Tropical e Boda de Kambas –, e até já foi condutor do próprio tuk-tuk.

Pelo caminho viveu em Macau, para onde se mudou nos primeiros anos de vida, após a morte precoce da mãe. Regressou a Portugal aos 20 anos para estudar Marketing & Publicidade, mas voltou a sair.

“Terminada a licenciatura, iniciou o colectivo de dj´s/selectas ‘Riddim Culture’ e a ‘Movimentarte’ (Associação Cultural)”, tendo-se iniciado na organização de eventos na capital lusa, assinalam as notas biográficas de Ricardo.

Nascido em Lisboa nos anos 80, filho de pais angolanos, o próximo convidado d’ O Lado Negro da Força conta quem em 2006 viajou para Luanda, a terra da família, onde permaneceu seis anos, e obteve a nacionalidade angolana. “Durante esse período conjugou o trabalho de criativo/copywriter, em agências de publicidade, com a sua empresa de eventos ‘Ritmo e Cultura’. Mais tarde, dedicou-se, apenas, à produção de eventos culturais no Elinga Teatro”.

Seguiu-se um novo retorno a Lisboa, desta vez na sequência de um acidente de mota, e, foi aí que retomou a actividade de DJ Selecta – agora já a título individual (Fella Ayala) –,bem como a produção de eventos, concretizada em ligação ao projecto ‘Conexão Lusófona’. O seu portfólio profissional estende-se igualmente à acção da produtora ‘Ritmo e Cultura’, que criou em Luanda.

Ao manancial de projectos na área cultural, Ricardo Ayala junta um crescente envolvimento activista.

“A paragem forçada na produção de eventos e na condução do tuktuk, motivada pela pandemia, proporcionou momentos de questionamento, reflexão e estudo sobre o seu lugar e papel, enquanto afrodescendente e mestiço. Como consequência tem-se sentido impelido a desempenhar um papel cada vez mais activo nas causas ligadas ao movimento negro”.  A começar na luta anti-racista, um dos temas pelos quais passaremos amanhã, n’ O Lado Negro da Força.

Para seguir a partir das 21h, em directo no Facebook e no YouTube.