A história esquecida da relação colonial entre Portugal e S. Tomé e Príncipe

O Pequeno Auditório da Culturgest recebe amanhã, 27, a partir das 18h30, o debate “Utopia Machim – Resistência no Lugar dos Tempos”. A conversa, organizada em parceria com o Teatro GRIOT, vai ser moderada por Beatriz Gomes Dias, deputada e co-fundadora da Djass – Associação de Afrodescendentes, e incluir, entre outras, a participação da professora universitária Inocência Mata e do sociólogo e activista Miguel de Barros. A entrada é gratuita, com levantamento de bilhete 30 minutos antes do início da sessão, mas sujeita à lotação da sala.

Texto por Afrolink

Fotografia de capa de Sofia Berberan 

“Que lugar pode ocupar a arte no resgate da memória? Qual a importância do gesto de ontem nas sociedades libertadas?”. A partir do questionamento, ponto de partida para o debate “Utopia Machim – Resistência no Lugar dos Tempos”, rompem-se velhos e dolorosos silenciamentos, e avança-se na produção de novos conhecimentos.

No centro da reflexão, que acontece esta terça-feira, 27, a partir das 18h30, encontramos “a história esquecida da relação colonial entre Portugal e São Tomé e Príncipe, a partir dos vestígios da Guerra da Trindade e do Massacre de Batepá”, que remontam a 1953.

“Este episódio é parte do movimento das lutas de libertação, onde a ruptura entre colonizado e colonizador foi executada por temerários que, munidos de machins (catanas), acreditaram poder provocar um corte sem retorno. Simultaneamente, é ainda objecto de uma amnésia sistemática, persistente na sociedade e na História portuguesa”, lê-se na mensagem de divulgação do debate.

Com a moderação de Beatriz Gomes Dias, deputada e co-fundadora da Djass – Associação de Afrodescendentes, a discussão reúne três especialistas. Nomeadamente: António Pinto Ribeiro, investigador e programador cultural do projecto “Memoirs”, no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; Inocência Mata, professora universitária e investigadora especializada em Literaturas Africanas, Estudos Pós-coloniais, e Estudos de Género; e Miguel de Barros, sociólogo ligado ao Centro de Estudos Sociais – Amílcar Cabral e ao Conselho de Pesquisa para as Ciências Sociais em África.

A conversa foi antecedida, na semana passada, da apresentação da peça “O Riso dos Necrófagos”, que abriu caminho para este diálogo entre o Teatro e a História.

Pela nossa memória. Em homenagem à nossa resistência.

 

 

Debate “Utopia Machim – Resistência no lugar dos tempos”

27 ABR 2021
TER 18:30