A homenagem na hora do adeus ao multitalentoso Miltercio dos Santos

Nascido na Bahia, e por mais de três décadas a viver em Portugal, Miltercio Souza dos Santos marcou a cena artística com a sua “presença vibrante e forte”, nos últimos anos integrada na banda Puta da Silva, onde brilhou como bailarino, figurinista e produtor. Falecido na semana passada, Mil, como as pessoas mais próximas o conheciam, foi a sepultar na última sexta-feira, 22, despedida em que as cores branca, das vestes, e amarela, das rosas, selaram a derradeira homenagem. “Vai deixar saudades imensas”. Na hora do adeus, o Afrolink recorda alguns dos marcos do percurso de Mil.

Texto por Afrolink

Fotos de Vera Marmelo

A vida de Miltercio Souza dos Santos é recordada pela sua “personalidade versátil em suas performances: ora com uma faceta mais oculta e densa, ora com uma faceta extremamente leve e vibrante”, mas, sempre elegante. Mil, como as pessoas mais próximas o tratavam, “tomava o espaço criando a conexão entre palco e plateia, entre céu e terra, visível e invisível”, descrevem os amigos, unidos na homenagem a “um grande artista, uma pessoa maravilhosa e iluminada”.

Nascido na Bahia, e residente em Portugal há mais de 30 anos, Miltercio Santos foi a sepultar na última sexta-feira, 22, despedida em que as cores branca, das vestes, e amarela, das rosas, selaram a derradeira homenagem.

Bailarino, figurinista e produtor da banda Puta da Silva, “abria os portais para os inícios das suas performances”, lê-se na nota fúnebre divulgada, que faz referência ao colorido que entregava ao palco, com “correntes, máscaras, tecidos e adereços metálicos, adornando o corpo e portando grandes chifres”.

Foi justamente a partir dessas actuações que voltou a ter reconhecimento, numa altura em que a carreira artística já ia longa, tendo dançado para Pina Bausch e contracenado com artistas como Watusi e Grande Otelo.

Já com a banda Puta da Silva, “desde 2020 vinha rapidamente  transformando o cenário artístico comportamental musical de Portugal”, sublinham colegas de palco, unânimes no coro: “Vai deixar saudades imensas”.