A “honra” de ser nazi, o crime de ser anti-racista – ou a “raça” da Justiça

O ciclo “Conversas por Fazer”, promovido pelo colectivo O Lado Negro da Força, regressa ao Goethe-Institut no próximo sábado, 11, às 15h, para mais uma discussão temática. Com o título “A ‘honra’ de ser nazi, o crime de ser anti-racista – ou a “raça” da Justiça”, o debate tem como ponto de partida o julgamento de Mamadou Ba, sem esquecer o caso “Cláudia Simões”, que começa a ser julgado hoje, 8, às 13h30, no Tribunal de Sintra.

por Afrolink

No passado dia 20 de Outubro, o activista anti-racista internacionalmente reconhecido – e premiado – pela defesa dos Direitos Humanos, foi condenado, pela justiça portuguesa, ao pagamento de uma multa de 2.400 euros, por difamação do neonazi cadastrado Mário Machado. 

A sentença satisfez as pretensões da procuradora do caso que, nas alegações finais, defendeu que o “Estado português deve defender a honra de um cidadão português nascido em Portugal”. 

O argumento, além de sugerir um enorme viés contra cidadãos nascidos fora de Portugal – como Mamadou Ba –, surge esvaziado do que realmente importa condenar. Afinal, que honra tem um criminoso de carreira, que professa o ódio, e lança campanhas online de “caça ao preto”?

O que esta sentença representa para a luta anti-racista? Que impacto terá noutros processos que opõem racistas e vítimas de racismo, como o que se inicia hoje, às 13h30, no Tribunal de Sintra?

Conversemos! Com a presença da jurista Anizabela Amaral, e do activista Pedro Luqueia Santarém como convidados.