A inbiografável natureza de ser e de fazer acontecer, sempre em actualização

Escritora, artista e activista portuguesa nascida na Guiné-Bissau, Gisela Casimiro regressa às páginas Afrolink, quase um ano depois de ter sido um dos nossos destaques, publicados por ocasião da inauguração da exposição colectiva “Fazer de casa labirinto”. Mais recentemente, tornou-se uma das cronistas do novo projecto de investigação jornalística Setenta e Quatro, e estreou-se na livraria Barata com a rubrica “Temos de falar” do portal Buala. O que segue? Amanhã é dia de descobrir, n’ O Lado Negro da Força.

por Paula Cardoso

O que têm as biografias de detestável? A pergunta, dirigida à escritora Gisela Casimiro, assaltou-nos a partir de um dos seus retratos escritos, publicado em vésperas da sua primeira exposição individual O que perdi em estômago, ganhei em coração”. Nele lia-se: “Detesta biografias. Adora estendais”.

Enquanto a adoração por estendais sobressaía do título da crónica que assinava no jornal Hoje Macau, baptizada à letra dessa predilecção, poderia a relação com biografias esconder alguma história mal contada?

O motivo revelou-se durante a primeira conversa com o Afrolink, dias antes da inauguração de “Fazer de casa labirinto”, mostra colectiva que se seguiu àquela estreia a solo. 

“Não gosto de biografias porque estamos em constante progresso e a nossa biografia está em constante actualização. A minha, por exemplo, felizmente mudou muito nos últimos dois, três anos, porque me esforcei para isso. E continuo a achar que embora uma biografia possa ser reveladora, tem mais de limitadora”.

Temos de falar, n’ O Lado Negro da Força

Cerca de um ano depois da resposta, a biografia de Gisela Casimiro revela inúmeras actualizações.

Além da publicação, a título individual, do livro de poesia “Erosão”, a escritora faz parte de várias antologias, como “Rio das Pérolas”, “Venceremos! Discursos escolhidos de Thomas Sankara” e “As Penélopes”.

Mais recentemente, juntou ao portfólio de textos no Hoje Macau, no portal Buala e na revista Contemporânea, a crónica “Pessoas que”, integrada no projecto jornalístico Setenta e Quatro.

Pelo caminho, também expandiu a presença em festivais literários, dentro e fora de portas. O mapa inclui a participação no ‌International‌ ‌Young‌ ‌Writers‌ ‌Meeting‌ ‌(Turquia),‌ ‌Rota‌ ‌das‌ ‌Letras‌ ‌(Macau),‌ ‌Resiliência‌ ‌(Moçambique),‌ ‌FOLIO‌, Feira do Livro ‌e‌ ‌Waking‌ ‌Life‌ ‌(Portugal).‌

Da sua mais recente biografia, extraímos ainda a colaboração regular com diversos teatros, museus, associações e festivais.

Num percurso sempre em actualização, acresce a inauguração, no último sábado, 17, na livraria Barata, em Lisboa, da rubrica do portal Buala “Temos de falar”. Um imperativo para seguir amanhã, às 21h, n’ O Lado Negro da Força.

 

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