A selecção racial da espécie humana – a guerra que não importa ver?

Saímos de um passado em que a máxima “Whites-only”(só brancos) tinha força jurídica, para um presente em que somos todos iguais perante a lei, mas na prática vivemos sob a desigualdade da norma “Whites first” (brancos em primeiro lugar). Dizemo-lo há demasiado tempo, e continuaremos a fazê-lo enquanto as nossas vidas dependerem disso. Porque a luta contra o racismo e a xenofobia não conhece tréguas. Seja na Ucrânia, ou onde for.

por Afrolink

Os relatos de cidadãos não brancos que, na fuga à guerra, estão a ser impedidos não apenas de sair da Ucrânia como, quando o conseguem, de entrar na vizinha Polónia, evidenciam – uma vez mais – que os velhos sistemas de classificação de seres humanos não desaparecem por decreto.

Aliás, juntemos aos testemunhos de racismo partilhados nas redes sociais – e, até ver, olimpicamente ignorados pelos media mainstream –, comentários de jornalistas da “Europa civilizada”, e observemos o corolário dessas divisões expresso, por exemplo, na comoção diante da tragédia de “cidadãos como nós”. Que é como quem diz, pessoas de pele clara e olhos azuis a lutar pelas suas vidas que, na guerra como na paz, o sistema racista decide que valem mais do que todas as outras.

Mas está tudo bem se não falarmos de racismo, não é? Está tudo bem se fingirmos que não se condena pessoas à morte só por não serem brancas? Não, não está tudo bem, sabemos disso. Por isso não podemos esperar que enxerguem o óbvio: que na realidade nem todas as vidas importam. Por isso temos sempre de agir, fazendo aquilo que podemos, com os meios de que dispomos. Por vezes saímos à rua em protesto, noutras divulgamos cartas abertas, e tantas outras actuamos em privado.

O link que o Afrolink partilha de seguida, com informação que está em actualização, representa mais um importante acto de resistência. Partilhemos!

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