A UNA que faz a força por mais representatividade negra nas artes
Texto por Afrolink
Fotos de UNA
A luta anti-racista conta com uma nova frente de intervenção, una e cultural. Constituída por 35 profissionais negros, que trabalham enquanto artistas, mas também nas áreas da gestão cultural, agenciamento, curadoria, programação, investigação e arte-educação, a recém-nascida União NEGRA das Artes, ou simplesmente UNA, revela, na sua morada online, o propósito da sua fundação.
“O nosso foco principal é contribuir para a elaboração de políticas de reparação e medidas de acção afirmativa no sector cultural, em articulação com artistas, movimentos sociais, entidades públicas e privadas. Cabe-nos também produzir dados e ferramentas que evidenciem as desigualdades raciais, através de um auto-mapeamento ao nível nacional”.
A missão cumpre-se alicerçada em sete princípios: celebração, denúncia, transparência, interseccionalidade, horizontalidade, representatividade e ancestralidade.
Além de contar com o contributo da equipa fundadora, onde se incluem nomes já apresentados no Afrolink – designadamente Di Cândido, Gisela Casimiro, Raquel Lima, Rodrigo Ribeiro Saturnino, Valdemar Joana e Welket Bungué –, a UNA está aberta para acolher quem se reveja nos seus princípios, e “pretenda combater as desigualdades raciais historicamente construídas”, bem como “celebrar o longo e rico legado artístico” negro.
Embora a associação ainda esteja a dar os primeiros passos, o seu trabalho já tem expressão no Programa de Apoio a Projectos 2021 da Direcção Geral das Artes, que, por acção da UNA, passou a integrar um novo subcritério de apreciação: a “Inclusão nas equipas de elementos que representem a diversidade étnico-racial, designadamente de afrodescendentes”.
Espaço aberto, participado e diversificado
O caminho em defesa dos “interesses específicos da negritude no sector cultural, tendo em conta as continuidades históricas do racismo colonial que, até hoje, mantém assimetrias profundas”, começou a delinear-se “no seio da luta anti-racista em Portugal”, indica a associação.
O processo, nota a UNA, beneficiou das “diversas manifestações e debates recentes em torno da reivindicação de direitos humanos, da descolonização do conhecimento e da valorização do legado artístico-cultural protagonizado por pessoas negras”.
Uma intervenção para continuar e consolidar, com um repto à participação. “A associação de pessoas negras é essencial para a construção do projecto político da UNA enquanto espaço aberto, participado e diversificado, ampliando a sua voz colectiva, o alcance do seu plano estratégico e a sua participação em mesas de discussão que contribuam para a erradicação das assimetrias raciais e da invisibilidade negra no sector artístico em Portugal”. Juntos!
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