Abrir caminhos para descolonizar as nossas cidades, de Lisboa a Hamburgo

Activistas, investigadores e políticos debatem online, esta semana, nos dias 30 de Junho e 1 de Julho, estratégias, conceitos e ideias para uma descolonização definitiva das nossas cidades. O ciclo de conversas vai juntar participantes de várias cidades europeias, incluindo Lisboa, representada, entre outras figuras pela deputada Beatriz Gomes Dias e a socióloga Cristina Roldão. A iniciativa decorre no âmbito do projecto ReMapping Memories Lisboa – Hamburg, e propõe-se repensar o conceito de memória (pós)colonial, e a sua implementação na relação com o espaço urbano.

por Afrolink

Um par de dias de debates online, quatro painéis de discussão programados, e 15 convidados de várias cidades europeias, como Lisboa, Barcelona, Hamburgo e Berlim. Assim se arredondam as contas para descolonizar as nossas cidades, apresentadas no âmbito do projecto ReMapping Memories Lisboa – Hamburg, promovido pelo Goethe-Institut Portugal.

“A sessão de abertura consistirá numa discussão sobre conceitos de memória nos processos de descolonização urbana, tomando como base os exemplos de Lisboa, Hamburgo e Barcelona”, antecipam os promotores, na sua morada online.

No mesmo espaço, encontramos o programa completo da iniciativa, bem como algumas das questões que servem de ponto de partida para os debates. Por exemplo, “que estratégias específicas nos permitem lidar com os legados coloniais no espaço urbano, a fim de criar contra-narrativas, contribuir para dar luz à(s) história(s) reprimida(s) e esquecida(s) e tornar visíveis os cidadãos racializados?”.

Outro dos questionamentos indaga “como uma mudança de perspectiva sobre a memória (pós)colonial pode tornar-se efectiva, e quais as áreas da sociedade que devem ser integradas nesses processos, de forma a terem um efeito durador?”.

Projectar as cidades anti-coloniais e anti-racistas do futuro

O desafio de confrontar os vestígios do passado colonial marca a agenda das próximas quarta e quinta-feiras, dias 30 de Junho e 1 de Julho, das 18h30 às 20h30.

No centro da discussão, quatro painéis reflectem a temática: “Políticas e práticas de memória para a cidade como um todo”; “Contra-narrativas: Novas toponímias, vestígios anticoloniais, histórias esquecidas”; “Monumentos (anti)coloniais, espaços para abrir debate?”; e “Como projectar as cidades anti-coloniais e anti-racistas do futuro?”.

As reflexões e interrogações vão mobilizar, na capital portuguesa, a participação de Beatriz Gomes Dias, que, antes de ser eleita deputada à Assembleia da República, liderou, na presidência da Djass – Associação de Afrodescendentes, o processo constitutivo de um  Memorial de Homenagem às Pessoas Escravizadas.

Além da também candidata à Câmara de Lisboa, o ciclo de debates inclui, entre outros convidados, a socióloga Cristina Roldão e José Lino Neves, da Associação Batoto Yetu. Ao encontro da nossa memória.