Amizade, raça, racismo, império e memória na nova obra de Joaquim Arena

A obra “Siríaco e Mister Charles”, de Joaquim Arena, é lançada na próxima quinta-feira, 26, às 18h30, na livraria Ler Devagar, em Lisboa. O mais recente romance do autor cabo-verdiano conta “uma história entre Portugal e Cabo Verde no século XIX”, centrada numa amizade improvável entre dois homens, um negro e um branco. Com “A Origem das espécies” de Charles Darwin no horizonte.

por Afrolink

Move-se “entre os territórios da História e da imaginação”, apresentando “um romance sobre amizade, raça, racismo, império e memória”, antecipa-nos a sinopse de “Siríaco e Mister Charles”.

A mais recente obra de Joaquim Arena (foto no topo) é lançada na próxima quinta-feira, 26, a partir das 18h30, na Livraria Ler Devagar, em Lisboa.

Com chancela da editora Quezal, a obra – que sucede a “Debaixo da nossa pele” – apresenta “uma história entre Portugal e Cabo Verde no século XIX”, centrada numa amizade improvável entre dois homens, um negro e um branco.

A trama decorre na ilha cabo-verdiana de Santiago, onde o jovem Charles Darwin conhece Siríaco, um velho negro, ex-escravo, que sofre de vitiligo.

“Na verdade, Siríaco existiu mesmo — era o «rapaz-tigrado», educado na corte e integrado na chamada «corte exótica» da Rainha D. Maria I, ao lado de um séquito de doze anões e anãs africanos. O jovem Charles Darwin também esteve 16 dias na ilha de Santiago de Cabo Verde, onde iniciou as suas primeiras investigações para A Origem das Espécies”.

Entre a realidade e a ficção, a obra de Joaquim Arena também nos transporta para um império em crise.

Filho de pai português e mãe cabo-verdiana, o autor é natural da ilha de São Vicente, onde nasceu em 1964. Formado em Direito, foi assessor do Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, até 2021. Além da escrita, fazem parte do seu currículo a advocacia, a música e o jornalismo.