As personagens, os sentimentos e os sons de um património da humanidade

O Centro Cultural Cabo Verde, em Lisboa, inicia hoje um novo ciclo da exposição “Morna: Sons, Personagens e Sentimentos”, patente até 11 de Dezembro, dia em que o género musical foi reconhecido como Património Cultural Imaterial da Humanidade. A mostra pode ser visitada, gratuitamente, de segunda a sexta-feira.

por Afrolink

A caminho do primeiro aniversário da consagração da morna como Património Cultural Imaterial da Humanidade, distinção anunciada a 11 de Dezembro de 2019, o Centro Cultural Cabo Verde, em Lisboa, retoma a celebração.

Através da exposição “Morna: Sons, Personagens e Sentimentos”, que estará patente até 11 de Dezembro, o espaço revisita alguns dos expoentes máximos deste género musical. A começar  por Césaria Évora a eterna “Diva dos Pés Descalços”, que dá rosto ao cartaz de anúncio do evento.

Além de destacar o reconhecimento da morna pelo Comité Intergovernamental de Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Humanidade, a mostra celebra o Dia Nacional da Morna, assinalado a 3 de Dezembro.

A data foi aprovada pela Assembleia Nacional de Cabo Verde no início de 2018, em homenagem ao dia de nascimento do poeta, músico e compositor Francisco Xavier da Cruz, imortalizado como B.Léza.

“A valorização da Morna passa necessariamente pelo reconhecimento dos seus criadores”, sublinhou a proposta do diploma que conduziu à aclamação do Dia Nacional da Morna.

Uma ocasião para conhecer um pouco mais do legado ímpar de B.Léza, Cesária Évora, Tututa, Titina, Celina Pereira, e tantos outros embaixadores da “’coisa’ do mundo dos cabo-verdianos”, conforme descreveram, há um ano, Andreia Coutinho e Jorge André               Catarino.

Por ocasião da elevação da morna a património imaterial da Humanidade, e das comemorações que o Centro Cultural Cabo Verde realizou em Lisboa, Andreia Coutinho e Jorge André  Catarino escreveram ainda:

“A Morna tanto fala às gentes das ilhas como àqueles partidos há décadas, à procura  ‘de outra vida’ aos seus descendentes, como a apreciadores de todos os cantos do mundo, ligados por um sentimento sem pátria, universal. Nos espaços da Morabeza, nos cafés e bares que com a música se enchem, as diásporas cabo-verdianas pelo Mundo, o violão e a rabeca apelam ao reencontro sempre adiado ao local do qual se parte mas nunca se sai”.

Património de todos!