“Avenida Bruno Candé” descerrada, em dia de homenagem mural e musical

A 25 de Julho de 2020, Bruno Candé era assassinado a tiro na Avenida de Moscavide, numa espiral de insultos racistas. Um ano depois, o local do crime torna-se um destino de homenagem, com o descerrar simbólico da “Avenida Bruno Candé”. O Lado Negro da Força esteve em directo a acompanhar a acção, registada em vídeo. Veja ou reveja aqui, e siga, a partir das 21h30, o “Concerto 25 de Julho”, apresentado como um tributo musical a Candé e a “todas as vítimas de discriminação, opressão e injustiça”.

Texto por Afrolink

Fotos de O Lado Negro da Força

Primeiro em Chelas, a principal morada dos 39 anos de vida de Bruno Candé, e depois na Avenida de Moscavide, onde o ódio racial o condenou à morte, familiares, amigos, colegas e activistas voltaram a juntar-se esta manhã, para prestar homenagem ao actor.

A mobilização, no dia em que se cumpre um ano desde o bárbaro assassinato – executado a 25 de Julho de 2020 –, acompanhou a inauguração de um mural-memorial, colorido pela voz de Candé, expressa numa única frase: “Tinha tudo para dar errado, mas eu sou o Bruno Candé”.

No mesmo espaço, um pouco acima da citação, o rosto do actor surge gravado numa placa, onde se lê um dos ensinamentos de Angela Davis: “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”.

A homenagem resulta de uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, em colaboração com o município de Loures, que, por sua vez, estendeu o tributo à Avenida de Moscavide, local onde o crime foi executado. Aqui, é o legado de Nelson Mandela que acompanha a placa evocativa de Candé: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, pela sua origem ou pela sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.

Às iniciativas do poder local, junta-se a mobilização activista “O Racismo matou de novo: Justiça por Bruno Candé”, que, pouco depois das 13h, transformou o local do crime em “Avenida Bruno Candé”.

Concerto online de homenagem

Um momento registado em directo pelo Lado Negro da Força, que pode acompanhar no Facebook.

O primeiro aniversário do assassinato de Bruno Candé reserva ainda uma homenagem musical, com o “Concerto 25 de Julho”, apresentado como um tributo musical ao actor e a “todas as vítimas de discriminação, opressão e injustiça”.

O espectáculo é uma iniciativa do projecto #MAKAlisboa, em co-organização com o Festival Iminente.

Para ver a partir das 21h30, na página do Festival Iminente nas redes sociais Instagram e Youtube e através do jornal Público.