Celebrar a Independência de Cabo Verde com sabor, cultura e negócios

O Casal da Boba, na Amadora, inicia hoje, 3, o primeiro de dois fins-de-semana dedicados à comemoração do 46.° aniversário da Independência de Cabo Verde, que se assinala a 5 de Julho. A celebração, promovida pela Associação Cultural Cavaleiros de São Brás, termina no dia 11, e inclui actividades gastronómicas, exposições fotográficas e mostras culturais.

por Filipa Bossuet

O espírito de comunidade presente no Casal da Boba, na Amadora, expande-se neste e no próximo fim-de-semana para celebrar o 46.° aniversário da independência de Cabo Verde, que se assinala na segunda-feira, 5 de Julho.

A festa vai juntar cafés, tascas e restaurantes da zona, bem como artistas convidados, adianta ao Afrolink a Associação Cultural Cavaleiros de São Brás, promotora do evento.

A iniciativa, preparada  à medida das restrições da pandemia, é uma adaptação do festival “Boba Li Ke Terra”, nascido para comemorar as comunidades africanas neste mês de especial importância para o arquipélago cabo-verdiano.

As “portas” do bairro abrem-se às 12h e assim se mantêm às 18 horas, período em que poderemos assistir a exposições de registos fotográficos das actividades desenvolvidas pela associação, no activo desde 2005, e de 12 obras dedicadas ao género musical morna, cedidas pelo Centro Cultural de Cabo Verde

De acordo com José Baessa de Pina, vice-presidente da Associação Cavaleiros de São Brás mais conhecido como Sinho, as exposições servem também o propósito de contribuir para a identidade histórica das crianças do bairro.

Ao mesmo tempo, a programação pretende apoiar o comércio local, ajudando a aliviar o impacto financeiro da pandemia. O objectivo reserva uma programação gastronómica ímpar, com degustação de cachupa, cuscuz, pastéis e outros pratos típicos de Cabo Verde. Tudo para provar em seis estabelecimentos do bairro, entre as 12h e as 15h30.

Impulsionar o comércio local

“Queremos dar um impulso aos nossos negócios, porque durante o confinamento os nossos bairros foram dos mais fustigados”, explica Sinho, lembrando que nesse período a intervenção das autoridades voltou a evidenciar dualidades de tratamento no centro e na periferia.

Basta lembrar, por exemplo, como alguns espaços comerciais dos subúrbios foram encerrados a cadeado e com aparato policial, enquanto outros, situados no coração de Lisboa, puderam violar as regras repetidas vezes, sem qualquer vislumbre de maiores consequências.

“As directrizes do Governo foram mais sentidas nas comunidades”, reforça o líder comunitário.

Além das atracções gastronómicas locais, o evento vai juntar os negócios Bazofo Dentu Zona, African Clothing Star Print, Kapulana San, Black City Premium Store, Nikessclothing, Badu Art, kutelodinoz e Badu Cakes.

“Gostaríamos que viessem pessoas de fora, para sentirem o calor humano da comunidade e desmistificar alguns estereótipos sobre os bairros. Eu gostaria que fossem à comunidade da Boba como se estivessem a ir, por exemplo, para o Bairro Alto, não como se fossem fazer uma tour”.

No último dia de programação, 11 de Julho, as Batucadeiras Bandeirinha da Boba realizam uma roda de batuque de participação aberta a quem quiser participar.

Por revelar ficam alguns momentos, especialmente preparados para surpreender todas as comunidades.

 

Até lá, faça clique nos negócios que estarão presentes na Boba:

African Clothing Star Print

Kutelodinoz

Kapulana San

Bazofo Dentu Zona

Black City Premium Storie

Nikessclothing

Badu Art

Badu Cakes