Celebrar o legado de Amílcar Cabral no palco, e em comunidade

A peça Amílcar Geração, interpretada por Ângelo Torres sobe hoje, às 21h30, ao palco do Auditório Municipal Eunice Munõz, em Oeiras. O espectáculo, com acesso gratuito, é um dos eventos que, até domingo, celebra o legado do líder histórico, assassinado há exactos 50 anos. Além da proposta de ida ao teatro, o cinquentenário da morte do herói das nossas lutas de libertação reserva-nos, amanhã, 21, um ciclo de conversas no espaço Mbongi 67, na Damaia, e, no domingo, um encontro no Casal da Boba, na Amadora, organizado pela Associação Cavaleiros de São Brás. Fiquem a par da programação.

por Afrolink

O cinquentenário do assassinato de Amílcar Cabral, que hoje se assinala, tem inspirado várias iniciativas de homenagem.

Depois de na semana passada termos assistido ao colóquio internacional “Amílcar Cabral e as História do Futuro”, realizado na Assembleia da República, hoje temos a oportunidade de assistir à peça “Amílcar Geração”, que sobe, às 21h30, ao palco do Teatro Municipal Eunice Munõz, em Oeiras.

O espectáculo, interpretado por Ângelo Torres, esteve no final do ano passado no Teatro Municipal Amélia Rey Colaço, em Algés, depois de ter sido apresentada no Seixal, e também em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde.

Escrito e encenado por Guilherme Mendonça, e com produção executiva de Nuno Pratas, o monólogo pretende colocar em palco “um retrato e uma reflexão sobre o impacto da sua vida e pensamento nas gerações que o seguiram”.

Segundo introduz a sinopse da obra, Cabral surge na peça como “o homem que sistemática e cientificamente levou a cabo um plano magistral para a independência de dois países”, enquanto Amílcar é “o homem terreno, que se apaixonou por uma transmontana, que estudou engenharia agrónoma, que se confrontou com a miséria em Cabo Verde, em Portugal e em Angola, e que gostava de jogar futebol”.

A par da encenação sobre a vida e a obra do líder histórico, os 50 anos do seu assassinato dão o mote para um ciclo de conversas amanhã, 21, no espaço Mbongi 67, na Damaia. Este programa acontece a partir das 14h, e segue o seguinte alinhamento:

14h00 – Abertura do Ciclo, com Carmen Gonçalves (presidente do Colectivo MBONGI-67) 

14h30 – Inauguração da exposição: panfletos anticolonialistas em Portugal e mural sobre Amílcar Cabral. 

15h30 – Breve Introdução ao pensamento de Cabral, com Iva Cabral (Historiadora e filha de Amílcar Cabral) 

16h00 – A pluriversalidade e actualidade do pensamento de Amílcar Cabral para as lutas atuais, com Aurora Almada (Historiadora), Alexssandro Robalo (Sociólogo, educador popular e militante Pan-africanista) e Davidson Arrumo Gomes – Movimento Federalista Africano de Cabo Verde. 

Para encerrar este fim-de-semana dedicado a Cabral, a Associação Cavaleiros de São Brás, sediada no Casal da Boba, na Amadora, promove, no próximo domingo, 22, um evento de homenagem a Amílcar Cabral.

Com o mote “CABRAL KA MURRÍ”, a partir das 12h, é possível encontrar uma banca de livros quase inteiramente dedicada ao líder histórico, composta, entre outras, por publicações do projecto editorial Falas Afrikanas. 

Além da oferta literária, o programa – lançado para marcar o cinquentenário do assassinato de Amílcar Cabral, ocorrido a 20 de janeiro de 1973 –, inclui, das 15h às 18h, a projecção de um documentário, uma roda de conversa e apresentações sobre a temática “O 25 de Abril começou em África”. 

A Cavaleiros de São Brás planeia também uma sessão de poesia em formato microfone-aberto, aberta a quem quiser participar. “Se achares que podes dar o teu contributo entra em contacto”, apela a associação, de portas abertas para nos receber. 

Assassinado a 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, Amílcar Cabral foi considerado o segundo maior líder mundial de todos os tempos, numa lista elaborada por historiadores para a BBC. Se fosse vivo, teria 98 anos. 

Celebramos o seu legado, recordando algumas das lições que nos deixou: “A hora é de acção, não de palavras”.