Cinema angolano para ver em Lisboa, entre debates e obras de arte

Angola é o país convidado da 8.ª edição do “Arquiteturas Film Festival Lisboa”, que decorre a partir de amanhã, 1, no Cinema São Jorge. A sessão de abertura está marcada para as 19h30, com a exibição da película “Para lá dos meus passos”, da realizadora Kamy Lara. Além da programação reservada para o grande ecrã, o festival apresenta o “Ciclo de Debates Africa Habitat”, e a exposição “Mukandas da N’Guimbi (Recados da Terra, em kimbundu)”. Para ver até 6 de Junho.

por Afrolink

Os movimentos da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, coreografados para a peça “(Des)Construção”, envolvem-nos em “Para lá dos meus passos”, produção que marca a abertura do “Arquiteturas Film Festival Lisboa”, amanhã, 1, às 19h30.

Pela 8.º edição no grande ecrã, o programa de 2021, desenvolvido em torno da temática “Bodies out of Space”, apresenta, no Cinema São Jorge 11 filmes de ligação a Angola, em destaque como país convidado.

A selecção, onde se incluem três películas com assinatura da produtora Geração 80 – além de “Para lá dos meus passos”, “Ar Condicionado” e “Do Outro Lado do Mundo” –, resulta da curadoria de Marta Lança, investigadora com experiência em pesquisa e produção de cinema.

Lembrando que “os angolanos têm vivido experiências extremas como a conquista pela independência, conflitos bélicos de longa duração, amarguras políticas e alta oscilação económica”, a curadora nota que “a festa nunca pára, nem nos momentos de mágoa”, propondo a reflexão: “Alegria um modo de luta ou de alienação?”.

Na mensagem que acompanha a apresentação do país convidado do “Arquiteturas Film Festival Lisboa”, Marta assinala ainda que Angola “é um viveiro de histórias mirabolantes à espera que uma câmara as revele”.

11 filmes, debates e exposição

Até ao próximo dia 6 de Junho, 11 filmes permitem-nos conhecer algumas dessas histórias, com Luanda em grande plano. “Vamos sentir o pulsar de uma grande metrópole africana e as complexidades geopolíticas angolanas, desde Cuba à China. Os ritmos electrizantes que são banda sonora da cidade”, antecipa Marta Lança, aguçando o interesse para o grande ecrã.

Mas nem só de filme vive o “Arquiteturas Film Festival Lisboa”. Além da programação de cinema, o festival apresenta o “Ciclo de Debates Africa Habitat”, e a exposição “Mukandas da N’Guimbi (Recados da Terra, em kimbundu)”.

A discussão decorre em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, e “traz reflexões relacionadas com os temas tratados nos filmes do país convidado, Angola”, indicam os promotores, antecipando o foco das conversas. “Centra-se nas formas de intervenção socio-urbanística e habitacional nas margens urbanas, trazendo olhares e ideias para a melhoria da qualidade do habitat dos grupos de menores recursos”, e reflectindo “sobre o impacto destas intervenções, sobre a construção de cidades mais inclusivas”.

Já a exposição Mukandas da N’Guimbi (Recados da Terra, em kimbundu) apresenta criações originais dos artistas angolanos Lino Damião e Nelo Teixeira. Neste duo sobressai “uma diversidade de técnicas”, sendo que “os trabalhos abordam a temática da arquitectura e do espaço urbano”, ao mesmo tempo que “interpretam as experiências e vivências dos artistas em bairros informais da sua cidade-natal, Luanda”.

Para ver até 6 de Junho.

Angola no grande ecrã

Para lá dos Meus Passos, 1 de Junho, 19h30, 5 de Junho, 14h

Elinga Teatro 1988/2018, 2 de Junho, 20h30

Uma Festa Para Viver & Afectos de Betão — Zopo Lady, 3 de Junho, 20h30

Luanda: A Fábrica da Música, 4 de Junho, 20h30

Cartas de Angola, 5 de Junho, 15h30

Ar Condicionado, 5 de Junho, 16h

O Herói, 5 de Junho, 18h

A Ilha dos Cães, 5 de Junho, 20h30

Do Outro Lado do Mundo, 6 de Junho, 15h30

Mulheres, 6 de Junho, 20h30

Consulte o programa completo da 8.ª edição do “Arquiteturas Film Festival Lisboa”