Da descoberta da Negritude à luta pela Justiça Climática, Andreia não pára

Estuda Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, depois uma passagem pela Escola Superior de Teatro de Cascais, e de também ter ponderado seguir Cinema. Tem opinião publicada no jornal Público, na revista Visão e, mais regularmente, no Esquerda.net, órgão de informação online mantido pelo Bloco de Esquerda, partido em que milita. Mas é como activista climática que Andreia Galvão, de 21 anos, dá que falar. Amanhã é dia de a ouvirmos no Lado Negro da Força.

por Afrolink

O sentimento de desadequação que, na infância, a levou a suplicar pelo único “tom de pele” que a escola apresentava, conduziu Andreia Galvão a procurar, já na adolescência, um lugar de afirmação. Aí começou o seu activismo, recordou no podcast “CC de perfil”, partilhando um pouco da sua experiência étnico-racial em Portugal.

Filha de cabo-verdianos, nascida em Lisboa e criada nas Caldas da Rainha, Andreia conta como, a partir de leituras, foi ganhando consciência das opressões e exclusões a que as pessoas negras estão sujeitas.

Com o mesmo tema, a activista assinou o texto “Quando eu descobri a negritude” – disponível no Público –, onde revela que chegou a duvidar da discriminação que sempre viveu.

“Rapidamente se tornou claro que o racismo existia e estruturava a nossa sociedade, mas que quem o sofria não era capaz de falar sobre isso na maioria das vezes. Não só porque se revelam como as pessoas mais flageladas pelo sistema socioeconómico, mas porque também se vêem forçadas a lutar contra a colonização das suas mentes, que sucedeu a colonização dos corpos”.

A par do incontornável combate ao racismo, Andreia tornou-se, ainda no ensino secundário, uma das artífices da Greve Climática Estudantil que, em 2019, saiu à rua pela primeira vez no país.

A mobilização, iniciada com cinco pessoas no WhatsApp, acabou por juntar mais de 20 mil pessoas e cerca de 30 protestos em Portugal continental e Ilhas.

Sempre na linha da frente, Andreia também esteve recentemente na Escócia, a protestar na Cimeira do Clima. Mas a sua intervenção não se esgota ao activismo.

Estudante de Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, a activista passou igualmente pela Escola Superior de Teatro de Cascais, e ponderou seguir Cinema.

Agora expressa a veia artística na peça “Amores de leste”, do grupo de teatro“Hotel Europa”.

Ao mesmo tempo, Andreia Galvão desenvolve a acção política no Bloco de Esquerda, e partilha o seu olhar sobre a sociedade em textos de opinião publicados no jornal Público, na revista Visão e, mais regularmente, no Esquerda.net, órgão de informação online mantido pelo Bloco.

Pelo caminho, ficou ainda a intenção de cursar Filosofia.

Amanhã há mais para saber n’ O Lado Negro da Força.

A partir das 21h, em directo no Facebook e no YouTube.