Descodificar “O Estado do Racismo em Portugal” em cerca de 400 páginas

Com textos de 19 autores se escrevem as páginas de “O Estado do Racismo em Portugal: Racismo Antinegro e Anticiganismo no Direito e nas Políticas Públicas”, livro que será lançado na próxima quinta-feira, 18, no Museu do Aljube Resistência e Liberdade. A obra, editada pela Tinta da China, “pretende contribuir para a descodificação do racismo institucional, identificando e analisando as práticas rotineiras que promovem a ordem racial anti-negra e anti-cigana em diversos contextos da sociedade portuguesa”. Para que o país possa ler, reconhecer, e fazer mais e melhor.

por Afrolink

A fractura racial está exposta, mas ainda há quem negue a sua existência. Como curá-la sem esse reconhecimento? O livro “O Estado do Racismo em Portugal: Racismo Antinegro e Anticiganismo no Direito e nas Políticas Públicas”, que será lançado na próxima quinta-feira, 18, em Lisboa, no Museu do Aljube Resistência e Liberdade, dá um precioso contributo.

Com textos de 19 autores, organizados pela investigadora Silvia Rodríguez Maeso, a obra, editada pela Tinta da China, não se limita a radiografar o problema – facilitando a sua identificação – mas apresenta hipóteses de tratamento.

“Tal como o Movimento SOS Racismo oportunamente respondeu ao primeiro-ministro António Costa: ‘O racismo existe e é por isso que temos de falar dele e descodificá-lo’”, assinala Silvia Maeso na introdução.

No mesmo texto, a especialista acrescenta que a obra pretende “contribuir para essa descodificação, fornecendo ferramentas analíticas para identificar e compreender as lógicas institucionalizadas que protegem e reproduzem a ordem racial vigente – actualizando os legados do colonialismo e da escravização racial – no âmbito do direito e da política pública”.

A evidência de que “o Racismo não é uma questão individual – é um problema sistémico profundamente enraizado no Estado” –, conforme se lê na contracapa da obra, ressalta a cada uma das quatro partes que estruturam a leitura.

Horizonte de libertação

Para começar, o livro apresenta duas áreas organizadas por capítulos: a primeira sobre “Direito e Ordem Racial”, a outra sobre “As lógicas do Estado Racial”. 

Segue-se uma terceira parte, intitulada “Em diálogo”, que oferece chaves de leitura para as secções iniciais, bem como pontes para outras realidades. Finalmente, na última parte, “O Estado do Racismo em Portugal” traça “Horizontes políticos do anti-racismo”, a partir das palavras de Anabela Rodrigues, Beatriz Gomes Dias, Cayetano Fernández, Cristina Roldão, Emanuel Carlos aka Anpu Kalunga, Geovanny Ibraim Rosa Djanco, Mamadou Ba, Mano Pako e Piménio Ferreira.

Aos textos deste núcleo de autores, alguns escritos em parceria, juntam-se os de Ana Rita Alves, Bruno Muniz, Danielle Araújo, Luana Xavier Pinto Coelho, Pedro Almeida, Pedro Varela, Sara Fernandes, Sebijan Fejzula, Silvia Rodríguez Maeso e Thula Pires, responsável pelo prefácio.

Cada um com o seu ângulo, todos “procuram debater horizontes políticos anti-racistas e libertadores”.

 

Leia aqui a introdução e o prefácio de “O Estado do Racismo em Portugal: Racismo Antinegro e Anticiganismo no Direito e nas Políticas Públicas”

Pode comprar o livro através do site da Tinta da China