Em Luta e com Consciência Negra, António Tonga tem na acção resistência

Nascido em Angola em 1993, António Tonga conta que despertou para a política “pela luta contra a ditadura do MPLA”. Hoje integra as fileiras do colectivo Consciência Negra e milita no Em Luta – Secção portuguesa da Liga Internacional dos Trabalhadores. Uma história para conhecermos amanhã, n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

Selou a assinatura de forma pública, contra os planos de criação, em Lisboa, de um “Museu construído sobre os ombros do silenciamento da nossa História, com o dinheiro dos impostos de negras e negros deste país”.

Estávamos em 2018 e António Tonga subscrevia um protesto em que 100 pessoas negras contestavam “a narrativa de glorificação da empresa colonial” contida num futuro museu das descobertas ou da viagem. “Não em nosso nome! Porque este é um Museu contra nós, que pretende ser erigido ignorando as nossas demandas, o nosso contributo e a nossa resistência. Nós, negras e negros em Portugal, exigimos à CML uma aposta séria num Memorial de homenagem às pessoas escravizadas, num Museu do Colonialismo, da Escravatura ou da Resistência Negra, que descortine os aspectos essenciais e até aqui secundarizados daquilo que foram os reais impactos da empresa colonial de Portugal no mundo, suas consequências no presente e daquilo que foram os reais contributos das pessoas negras na resistência a esse sistema”.

Já em 2019, a voz de Tonga – reproduzida em vários órgãos de comunicação – erguia-se numa manifestação estudantil diante da Assembleia da República, em defesa do nosso planeta:  “Temos de olhar para as alterações climáticas como um problema incontornável que vai boicotar o futuro de todos, por isso pedimos a ajuda dos políticos para resolver um problema que já devia ser resolvido há muito tempo”.

Nesse mesmo ano, o activista, nascido em Angola em 1993, contestava, em frente à Câmara do Seixal, contra a “brutalidade policial” e “por habitações dignas”.

A cada protesto, Tonga, que se apresenta como “filho de uma mãe médica refugiada da guerra civil angolana”, expressa a sua veia política, igualmente activa na militância do Em Luta – Secção portuguesa da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-CI).

“Comecei o meu percurso político sobretudo pela luta contra a ditadura do MPLA, de onde advém o meu despertar da consciência anti-imperialista e anticapitalista. Foi assim que me filiei no MAS [Movimento Alternativa Socialista], através do qual conheci o Consciência Negra”.

A referência consta da autobiografia partilhada com O Lado Negro da Força, o nosso lugar de fala onde, amanhã, ocupa o lugar de convidado.

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