Encontro de identidades, para uma pluralidade de línguas portuguesas

Até ao próximo domingo, 1 de Novembro, o Fliaraxá – Festival Literário de Araxá, no Brasil, realiza a sua nona edição, desta vez com transmissão virtual. A programação reúne cerca de 100 autores de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, incluindo vozes activas e activistas em defesa de todas as igualdades. Como as escritoras Conceição Evaristo, Elisa Lucinda e Djamila Ribeiro, amplamente reconhecidas pelas lutas feministas e anti-racistas. Uma frente a que se junta, a partir de Portugal, a escritora Yara Monteiro.

por Afrolink

“Não há uma língua portuguesa, há línguas em português”. As palavras de José Saramago retiradas no documentário “Língua – Vidas em Português”, de Victor Lopes, dão o mote para o Fliaraxá – Festival Literário de Araxá, inaugurado hoje, no estado brasileiro de Minas Gerais.

Desde 2012 no terreno, o evento realiza a presente edição em formato inteiramente digital, apresentando, ao longo de cinco dias, uma programação que junta quase 100 autores.

O elenco literário inclui nomes de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

Destacamos, entre outras, as vozes activas e activistas das escritoras brasileiras Conceição Evaristo, Elisa Lucinda e Djamila Ribeiro, amplamente reconhecidas pelas pelas lutas feministas e anti-racistas. Uma frente com múltiplas expressões identitárias a que também se junta, a partir de Portugal, a escritora Yara Monteiro, autora do livro “Essa dama bate bué!”. 

Entre os encontros programados, anotamos a discussão, amanhã, sobre “Literatura, identidade e pertencimento”, com a presença de Elisa Lucinda, do escritor guineense Abdulai Sila e da portuguesa Olinda Beja.

Já na sexta-feira, o debate “Cultura, crença e preconceito” vai cruzar os olhares de Djamila Ribeiro e Xico Sá, ambos cidadãos brasileiros.

No sábado, abre-se espaço para duas homenagens: ao escritor angolano  José Eduardo Agualusa e à “Rainha da escrivências”, Conceição Evaristo.

Finalmente, no domingo e último dia de festival, destacamos a conversa “A mesma língua, novos registros: gênero e identidade”, que junta Yara Monteiro e Tânia Ganho.

Manifesto pela sinergia da língua portuguesa

Segundo os organizadores, o objectivo do festival é “criar um processo de sinergia entre os autores que falam e escrevem em língua portuguesa por todo o mundo, inclusive os que moram no estrangeiro, como Lucrécia Zappi e Adriana Lisboa, ambas nos Estados Unidos”.

O evento acontece sob a responsabilidade do idealizador e director do Fliaraxá, o jornalista brasileiro Afonso Borges, que, para organizar esta edição, realizou uma parceria com a empresa portuguesa “The Book Company”.

“No final do evento, vamos divulgar um manifesto pela sinergia da língua portuguesa e tentar fazer o que a Lusofonia não alcançou”, afirma Afonso, citado no texto de divulgação do festival.

Como acompanhar o evento?

O Fliaraxá – Festival Literário de Araxá vai ser exibido nas plataformas YouTube  e Facebook

A programação e os temas abordados no festival podem ser consultados no site 

Se estiver em Portugal, não se esqueça de somar três horas aos horários apresentados na programação.