Entre o activismo e os negócios, Carla Santos ergue uma embaixada da paz

Nascida e criada no Catujal, localidade do concelho de Loures, Carla Santos desenvolveu aí a veia e o calo activistas, primeiro numa associação juvenil criada com alguns amigos, e depois no trabalho com populações imigrantes. A intervenção comunitária, orientada para dar resposta às necessidades de grupos vulneráveis, conduziu-a à criação da própria empresa, a Capacitare. Pelo caminho, recebeu a distinção de Embaixadora da Paz, um dos inúmeros motivos de conversa para a próxima emissão d’ O Lado Negro da Força. Amanhã às 21h.

por Afrolink

O Agrupamento de Escolas do Catujal precisava de uma Comissão de Finalistas. Carla Santos criou-a, incentivada pelo então professor de Geografia, João Cravidão. 

A AMRT – Associação de Melhoramentos e Recreativo do Talude tinha processos de regularização de populações imigrantes para resolver. Durante cerca de oito anos, Carla Santos facilitou esse trabalho, primeiro como mediadora sociocultural, e depois como coordenadora de projectos.

Pelo caminho, apercebeu-se de uma limitação: o trabalho associativista obedece a uma lógica de emergência, que deixa pouca ou nenhuma margem de manobra para outro tipo de intervenção. Mas, como tem sido habitual nos seus 41 anos de vida, Carla Santos arregaçou as mangas, e encontrou uma resposta para essa condicionante.

“Pensei: tenho de capacitar os dirigentes associativos, na perspectiva de diversificar as suas fontes de receita, e lhes dar sustentabilidade”, explicou ao Afrolink, na apresentação da Capacitare,  empresa de prestação de serviços nas áreas da Formação, Coaching, Consultoria e Migração.

Formalizada por Carla em Abril de 2017, a firma “faz um match entre um lado mais humano do movimento associativo, e as necessidades de gestão”, resume a empresária.

Embaixadora da Paz

A par do foco na formação de líderes de associações, a Capacitare dá cartas na área da empregabilidade, oferecendo uma alternativa aos gabinetes de inserção profissional.

“Jamais poderá haver integração social se continuarem a existir pessoas impossibilitadas a ter acesso a bens e serviço”, defende a empresária, ancorada nos valores fundamentais que transporta do legado familiar: “Coragem, Força, Resiliência, Respeito e Amor”.

Com esta mão-cheia de boas referências, Carla empenha-se em ser “uma activista que prima pela Cidadania Efectiva”, compromisso que lhe valeu, em 2015, a distinção como Embaixadora da Paz, atribuída pelo Women´s Federation for World Peace International, órgão consultivo do Conselho Económico e Social da ONU.

“A partir do momento em que conseguimos resolver um problema de documentação de alguém que nos procura, há todo um mundo de oportunidades que se abre, e ao qual essa pessoa pode aceder”, constata Carla, que junta à experiência de campo com populações migrantes a formação em Antropologia e a certificação como master coach.

Um percurso para conhecer melhor amanhã, em mais uma emissão d’ O Lado Negro da Força.

 

Para ver no Facebook e no YouTube, a partir das 21h.