Ilda Vaz faz da voz um hino, elevado ao ritmo de múltiplas resistências

O ritmo do Batuku ajuda a narrar a história de Ilda Vaz, enraizada em Cabo Verde, com passagem por São Tomé e Príncipe, e há muito fixada em Portugal. Aqui, entre múltiplos episódios de racismo e outras vivências de dor, a cantora e compositora encontrou na arte uma via de resistência e transmutação. “A voz é um hino”, diz, e nós estamos prontos para escutá-la esta noite, a partir das 21h, n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

A voz de Ilda Vaz solta-se entre actuações do grupo “Batukadeiras Bandeirinhas da Boba”, e também no comando da Associação Cavaleiros de São Brás, onde intervém como membro da direcção. 

Nascida em Cabo Verde, filha de pais contratados para trabalhar em São Tomé e Príncipe, a cantora e compositora fixou-se em Portugal, destino que se transformou num território minado de obstáculos. 

Além da luta por uma vida digna e justa, a partir de bairros autoconstruídos da grande Lisboa, Ilda enfrentou – e continua a enfrentar – a violência do racismo, experiência que partilhou no âmbito dos projecto de investigação AFRO-PORT – Afrodescendência em Portugal e Discursos Memorialistas e a Construção da História. 

O trabalho, disponível online, permite-nos não só conhecer alguns dos momentos difíceis que viveu, mas como a arte se impôs como uma via de resistência e transmutação. 

 “A voz é um hino”, afirma a batucadeira, acrescentando que a escrita é o canto, e o Batuku a preservação da tradição dos ancestrais. “Uma forma de resgatar o passado para encarar o presente de forma consciente”, e que ficaremos a conhecer melhor esta noite, n’ O Lado Negro da Força. 

Para acompanhar em directo, a partir das 21h, no Facebook e no YouTube.