A Casa Mocambo acolhe esta quinta-feira, 12, a partir das 18h, um jantar-concerto, em que a morna de Cabo Verde é o principal prato musical. Servido pela voz de Bárbara Wahnon, com o acompanhamento da guitarra de Diogo Caetano. Mediante reserva obrigatória.

por Afrolink

Dos recantos da Bela Vista, ilha cabo-verdiana onde passou metade do seu 2020, para a Casa Mocambo, em Lisboa, cidade onde nasceu, cresceu e vive, Bárbara Wahnon percorreu mundos que não cabem em coordenadas geográficas.

“Saber de onde viemos ajuda-nos a saber para onde ir”, revelou Bárbara na primeira conversa com o Afrolink, engatilhada a partir do podcast COPOD-19, criado para entreter a quarentena, totalmente cumprida em Cabo Verde.

Com voo para 20 dias de férias, que se transformaram em cerca de seis meses de estada, a lisboeta aproveitou a viagem para mergulhar nas raízes ancestrais, musicalmente pronunciadas.

Bisneta de Maria Barba, reconhecida como a primeira embaixadora da morna – género que internacionalizou ao cantar, em 1934, no Porto, na 1.ª exposição colonial portuguesa –, Bárbara viveu, na ilha de nascimento da bisavó, um resgate identitário.

“Em Portugal, mesmo que tentasse cantar, como nem sequer falava crioulo, não conseguia transmitir o sentimento associado a cantar uma morna. Cheguei a tentar, mas não gostava de me ouvir cantar”, confidenciou ao Afrolink no início da aventura cabo-verdiana, ainda longe de imaginar o que se seguiria.

Menos de dois meses depois dessas palavras, Bárbara lançava a campanha “Sete dias, sete mornas”, para dar resposta ao impacto negativo da pandemia na vida dos músicos locais.

Bagagem de Cabo Verde

“Decidi angariar fundos a cantar sete mornas tradicionais, das mais bonitas que aprendi aqui na Ilha, durante a quarentena”, explicava a cantora no final de Julho.

Acompanhada de seis músicos, nomeadamente Tibo Évora (Voz), Manuel Brito (Violão), Severo Estrela Lima (Violão), Cipy Rodrigues (Cavaquinho), Ivandro Almeida (Percussão) e Márcio Morais Estrela (Saxofone), Bárbara soltou a voz em sete lugares da Boa Vista, também como forma de divulgar as belezas extra-sonoras da ilha.

A experiência imortalizou-se no YouTube e prepara-se agora para ganhar expressão portuguesa, com a actuação no “Jantar Sabor a Morna”, da Casa Mocambo, agendado para a próxima quinta-feira, 12, a partir das 18h.

Bárbara “traz consigo alguns dos temas que sentiu durante essa viagem” a Cabo Verde, antecipa a mensagem de divulgação do evento, que contará também com a guitarra e voz de Diogo Caetano (Bossa & Morna e ZuKaTuga).

“Juntos relembram a riqueza cultural do mundo da lusofonia interpretando e explorando diversas mornas, entre outras sonoridades africanas”. Servidas com jantar e reserva obrigatória.

Consulte o preço e o menu do jantar aqui

Dúvidas, Reservas e Informações adicionais: casa.mocambo@gmail.com ou 912509906 (Mafalda)

Contributo mínimo de 3€ para os artistas