Justiça por Bruno Candé: “Para que não se esqueça e nunca mais aconteça!”

Na próxima sexta-feira, 18, o Tribunal de Loures recebe a terceira e última sessão do julgamento do assassino confesso de Bruno Candé, actor executado a tiro a 25 de Julho de 2020 enquanto ouvia insultos racistas. A caminho da sala de audiências, activistas anti-racistas lançam o apelo: venham até ao tribunal “exigir justiça por Bruno Candé e a sua família”. Contra a impunidade.

por Afrolink

Cerca de 10 quilómetros separam a Avenida de Moscavide, onde Bruno Candé foi executado a tiro a 25 de Julho de 2020, e o Tribunal de Loures, onde o seu assassino confesso está a ser julgado desde o passado dia 13 de Maio. Mas a que distância estamos de ver a Justiça reconhecer a motivação racista deste crime, consumado numa escalada de agressões centradas na cor e origem étnica de Candé?

Enquanto esperamos pela sentença, sabemos apenas que o receio de ver, mais uma vez, um tribunal português descartar a acusação de ódio racial está longe de ser infundado.

Por isso, a próxima sexta-feira, 18, é dia de mobilização. “Para impedir a impunidade desse crime racista, clamamos a todas e todos que venham ao Tribunal de Loures exigir JUSTIÇA por Bruno Candé e a sua família”, apelam os organizadores do “Acto de Justiça por Bruno Candé”.

A iniciativa, com início às 9h, acompanha a terceira e última sessão do julgamento de Evaristo Marinho, o homicida do actor.

“Estaremos em frente ao tribunal [de Loures] a evocar a imagem de Bruno Candé para lembrar que o Racismo nos roubou um pai, irmão, filho, amigo, companheiro”, lê-se na mensagem de divulgação do “Acto de Justiça”.

O apelo à mobilização, divulgado nas redes sociais, sublinha ainda que “reivindicar JUSTIÇA por Bruno Candé é também relembrar todos aqueles que foram assassinados/as e violentados/as pelo racismo estrutural em Portugal. Para que não se esqueça e nunca mais aconteça!”.

Nunca mais!

 

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