Luz, cores, decoração! Os planos de Cecília para ‘espantar’ um medo interior

Entrou para Gestão a pensar na criação do próprio negócio, mas encontrou um curso demasiado teórico, sem o estímulo criativo que sempre a entusiasmou. Em busca desse fulgor, Cecília Gonçalves trocou Portugal por Inglaterra, onde se reencontrou com uma paixão da adolescência: o Design de Interiores. Cerca de dois anos depois de se lançar à aventura britânica, a designer está de regresso à sua Lisboa natal, disposta a especializar-se em planos de cor e luz, e a “afugentar” um medo comum à maioria das moradas. Descubra qual!

por Paula Cardoso

Ter ou não ter uma secretária tornou-se, na história de Cecília Gonçalves, uma questão.  Aos 15 anos, com o quarto só para si, a então estudante percebeu, na relação com o espaço de todos os dias, que algo não estava a funcionar.

“Lembro-me que nessa altura passava mais tempo a estudar, mas não tinha secretária. Aí é que começou a consciência de que precisava de mudar alguma coisa à minha volta. Esse foi o catalisador para o Design de Interiores”.

Na época ainda longe de imaginar que essa necessidade de organização poderia evoluir para uma opção profissional, Cecília ficou fascinada com o mundo de possibilidades que encontrou para reordenar o quarto, entre pesquisas nas redes socias e consultas a blogues especializados.

“Explorava as ideias que ia vendo e, percebi que estava perante um universo muito maior do que pensava”.

Dez anos depois desse despertar, e já depois de uma licenciatura em Gestão, a agora designer de interiores criou uma morada online para partilhar a sua “jornada criativa e profissional”, e apresentar os seus serviços de decoração, styling para venda, plano de cor e luz, e organização e arrumação.

Uma solução doméstica à medida dos seus problemas

“Estou aqui para criar os seus interiores”, introduz Cecília, lembrando que, desde a adolescência dedica grande parte do tempo livre “a estudar o que faz um bom espaço”, e a reflectir sobre como criar esse espaço para outras pessoas, quaisquer que sejam as especificidades.

Por exemplo, já pensou que talvez a sua casa esteja “cheia de itens de que precisa e adora mas, por alguma razão, está a faltar harmonia”. Se calhar ainda está na fase de decidir o que comprar, mas “não sabe onde começar ou o que escolher”. Ou, quem sabe, talvez viva num ambiente marcadamente utilitário, que ainda não conseguiu combinar com o seu estilo.

Seja qual for o ponto de partida, Cecília Gonçalves promete ir ao encontro das necessidades e disponibilidade financeira dos clientes, fiel aos seus valores, partilhados na morada online.

“Há uma solução para os seus problemas de espaço e arrumação; maior nem sempre é melhor, o futuro está em fazer o melhor dos pequenos espaços; com alguma criatividade e esperteza podemos atingir muito, até no orçamento mais limitado; um espaço bem pensado pode melhorar o seu dia a dia e bem-estar”.

Projecto de criação desenvolvido por Cecília Gonçalves e disponível em https://designbycecilia.com/

“Sempre gostei da ideia de ter o meu próprio negócio

Mais do que descrever em palavras tudo o que pode fazer para tornar o seu espaço “pessoal, funcional e belo”, a designer partilha algumas criações que tem desenvolvido com recurso a técnicas de CAD (Desenho Assistido por Computador).

“Como ainda não estou a fazer na vida real, esta foi a maneira que encontrei de experimentar, de aplicar as minhas ideias e conhecimento”, explica Cecília, recém-formada pelo The British College of Interior Design.

A este diploma, a designer junta agora a frequência de um curso em Design do Retalho, sem perder de vista outras vias de capacitação.

“Ando a tentar aprender o mais possível, por isso estou sempre a ler livros especializados e a fazer cursos online para ganhar novas competências”, revela, ainda em processo de iniciação profissional, mas com as escolhas já bem amadurecidas, depois da licenciatura em Gestão.

“Quando estava no liceu, sempre gostei da ideia de ter o meu próprio negócio, e achei que se fosse para Gestão me iriam ensinar a fazer isso, a lançar produtos e serviços, mas não foi isso que aconteceu. Então, acabei por não gostar muito, e perceber que era demasiado teórico, que tinha muita contabilidade, e eu gostava mais da parte criativa das empresas”.

A inspiração britânica

Ainda assim, Cecília permaneceu fiel aos planos traçados. “O meu objectivo sempre foi usar o curso de Gestão para arranjar um emprego, e juntar dinheiro para me tentar formar em algo que gostasse mais. No fundo, sabia que ainda tinha de encontrar exactamente o que queria fazer e especializar-me nisso”.

O caminho tornou-se claro com a mudança para Inglaterra, destino que deu um rumo profissional ao entusiasmo adolescente.

“Lembro-me de, no primeiro dia em que cheguei a Bristol, ter ido à cidade para fazer umas compras.  De repente, passei por uma rua cheia de lojas de Design de Interiores, e fiquei completamente fascinada, porque nunca tinha visto tantas e tão diferentes. Depois percebi que está mesmo em todo lado, que há imensas escolas e designers. Isso acabou por incentivar-me a seguir esse caminho”.

Projecto de criação desenvolvido por Cecília Gonçalves e disponível em https://designbycecilia.com/

Jogar com as cores e a luz

Cerca de dois anos após a mudança para Inglaterra, e já depois de a pandemia ter comprometido as oportunidades profissionais em solo britânico, é em Portugal que Cecília se aventura no mundo dos Interiores.

“O ideal será conseguir fazer projectos de decoração total, mas quero tornar-me especialista em planos de cor e luz, porque considero uma área muito desafiante, e porque acho nem toda a gente pensa muito nisso, apesar de fazer imensa diferença num espaço. No fundo, quero perceber exactamente como dar às pessoas a luz e a cor certas para os seus espaços”.

O desejo, reconhece Cecília, tende a esbarrar num receio que lhe parece generalizado. “Usamos demasiado o castanho, o cinzento e os brancos nas nossas casas, cores consideradas neutras, e esquecemos um bocado as outras cores”, nota a designer, adiantando que a contenção cromática surge muitas vezes associada a um risco de saturação antecipada.

“Olho para muitas casas e penso: aqui há medo das cores. Sinto que isto é comum a muitas pessoas porque têm medo de se fartar das escolhas. Gostava de ajudar nisso, de mostrar como há alternativas que podem funcionar melhor”. Com toda a cor possível. 

Conheça a morada de Cecília Gonçalves

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