Mais de 200 mulheres negras na plateia para esgotar sessão d’ “A Mulher Rei”

Antes da estreia nas salas de cinema portuguesas, marcada para a próxima quarta-feira, 5, o filme “A Mulher Rei”, inspirado na História das guerreiras Agojie, do extinto Reino Africano de Daomé, sobe ao grande ecrã do Cine City do Campo Pequeno, em Lisboa, com mais de 200 mulheres negras na plateia. Esta ante-estreia, de acesso gratuito, mas já esgotado, resulta de uma iniciativa das plataformas Chá de Beleza Afro e Bantumen, lançada em articulação com a Sony Pictures e a Picture Films, e com o apoio da RTP África e do seu programa “Bem-Vindos”.

por Afrolink

O protagonismo negro e feminino presente no filme “A Mulher Rei” vai estender-se à audiência do Cine City do Campo Pequeno, em Lisboa, amanhã, 4, numa sessão especial com início às 21h30.

Tal como na película protagonizada pela oscarizada actriz Viola Davis, e inspirada na História das guerreiras Agojie, do extinto Reino Africano de Daomé, as mulheres negras vão assumir a liderança nesse visionamento, ocupando mais de 200 lugares de uma plateia única.

A mobilização resulta de uma iniciativa das plataformas Chá de Beleza Afro e Bantumen, lançada em articulação com a Sony Pictures e a Picture Films, e com o apoio da RTP África e do seu programa “Bem-Vindos”.

Além do acesso gratuito de mais de 200 mulheres negras à projecção, a sessão, que chega na véspera da estreia nacional d’ “A Mulher Rei”, contará com a presença de figuras públicas do meio artístico lusófono.

Produzido com um orçamento de 50 milhões de dólares, o filme sobre as guerreiras Agojie arrecadou 19 milhões de dólares no primeiro fim-de-semana em cartaz nos EUA (estreou a 16 de Setembro). O valor superou as previsões do estúdio da Sony Pictures, fixadas em 12 milhões, e dos analistas, que, no melhor dos cenários, estimaram uma receita de 18 milhões de dólares.

O bom resultado de bilheteiras, conforme lembrou a protagonista Viola Davis, envia uma mensagem poderosa para a indústria cinematográfica.

“Antes de tudo, o filme tem que fazer dinheiro. E sinto-me dividida quanto a isso, porque ó temos uma ou duas oportunidades”, notou a actriz, em declarações à France-Presse, antes da estreia de “A Mulher Rei” no circuito comercial.

Consciente da pressão racista que pesa sobre as produções negras – “Não fazemos isso com filmes brancos. Se um filme fracassa, você faz outro filme, e faz outro filme da mesma maneira” –, Viola Davis apela à presença do público nas salas de cinema, mas sem esquecer os perigos das apreciações puramente financeiras.

“Se não gerar dinheiro, isso significa que mulheres negras, sobretudo mulheres negras de pele escura, não podem protagonizar um sucesso mundial de bilheteira?”.

Sabemos que podemos. E isso não tem preço. É inegociável!