Mortos e vivos numa dança das florestas com força Nobel e arte GRIOT

A peça “Uma Dança das Florestas”, do escritor nigeriano e Nobel da Literatura Wole Soyinka, estreia-se no São Luiz, em Lisboa, no próximo dia 12 de Janeiro. Com encenação de Zia Soares e produção do Teatro GRIOT, a obra – em cartaz até 23 de Janeiro – promete envolver-nos numa “metáfora botânica devoradora do sentido do mundo”, em que “quanto mais se avança na acção mais se recua no tempo”.

Texto por Afrolink

Fotografia por Mónica de Miranda

Quantos passados carregamos em nós? De quantas vidas? E se os pudéssemos confrontar? Estas e outras questões assaltam-nos enquanto lemos a sinopse da peça “Uma Dança das Florestas”, que se estreia no próximo dia 12 de Janeiro no palco do São Luiz, em Lisboa.

Encenada por Zia Soares, e com produção do Teatro GRIOT, a obra parte do célebre texto “A Dance of the Forests”,  do escritor nigeriano Wole Soyinka, primeiro africano distinguido com o Prémio Nobel da Literatura (1986).

E tal como a narrativa construída por Soyinka – construída para celebrar a Independência da Nigéria –, a criação que se prepara para subir ao São Luiz percorre linhas de vida e de morte, a partir da interpretação de Ana Valentim, Cláudio Silva, Gio Lourenço, Júlio Mesquita, Matamba Joaquim, Miguel Sermão, Rita Cruz e Vera Cruz.

“O Morto e A Morta, trazidos de volta à vida pelo Deus Aroni, chegam à Reunião das Tribos. Erguem-se das suas campas de terra no meio da floresta e pedem àqueles que passam para “aceitarem o seu caso””, introduz a sinopse de “Uma Dança das Florestas”, que conta com a consultoria de Rogério de Carvalho e música de Xullaji.

Nesse resumo da produção, o Morto e a Morta são descritos como ““dois espíritos dos mortos inquietos” que em vida foram marido e mulher”, e que “trazem consigo as feridas de um outro tempo”.

Ambos “confrontam os seus carrascos num estranho ritual de morte, expiação, desobediência e renascimento”, antecipa a sinopse, antes de apresentar os destinatários dessa confrontação.

São eles: “Rola, uma prostituta que na vida anterior foi Madame Tartaruga; Adenebi, um historiador da corte do Imperador Mata Kharibu, é agora um orador do conselho; Agboreko, foi um adivinho do Imperador Mata Kharibu e nesta vida mantém a mesma actividade; e Demoke, escultor, que outrora foi poeta da corte”.

Numa dança entre o passado e o presente, “todos são em simultâneo o que são e o que foram – os mortos e os vivos também. Como uma metáfora botânica devoradora do sentido do mundo, quanto mais se avança na acção mais se recua no tempo”.

Mais informações e ficha técnica de “Uma Dança das Florestas”

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Datas e horários de apresentação

De quarta-feira a sábado às 20h

Domingo às 17h30