Nô Pintcha: jornal histórico da Guiné-Bissau em arquivo inédito e digital


Reconhecido como o principal título de imprensa da Guiné-Bissau, o jornal “Nô Pintcha”, fundado em 1975, documentou o fulgor revolucionário do país e os desafios que se seguiram, tornando-se um valioso guardião da História guineense. A caminho do 50.º aniversário, a publicação – que nos primeiros anos de existência chegou a sair três vezes por semana –, vai estar acessível online, num arquivo inédito que reúne a quase totalidade dos números publicados entre 1975 e 2000. O acervo digital, com mais de 12 mil páginas, é lançado amanhã, 29, às 18h, pelo Centro de História da Universidade de Lisboa, e foi viabilizado a partir da colecção pessoal de Daniel Nunes, dono de uma das maiores bibliotecas sobre a África lusófona.

por Afrolink

O Anfiteatro II da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa acolhe amanhã, 29, às 18h, a sessão de lançamento do arquivo digital do “Nô Pintcha”, reconhecido como o principal título de imprensa da Guiné-Bissau.

Fundado em 1975, o jornal documentou o fulgor revolucionário do país e os desafios que se seguiram, tornando-se um valioso guardião da História guineense.

“Dos primeiros anos, em que saía três vezes por semana, às dificuldades das décadas seguintes, nunca deixou de noticiar a vida” de Bissau, destaca o Centro de História da Universidade de Lisboa (CHUL), no comunicado de divulgação da iniciativa, desenvolvida com a colaboração do Estado guineense.

Na mesma mensagem, o CHUL assinala que apesar de o “Nô Pintcha” ter acumulado um espólio incontornável para a história da Guiné-Bissau, as vicissitudes do país “dispersaram o arquivo dos números publicados, tornando praticamente impossível a sua consulta”.

Esta é uma realidade que está prestes a mudar, com o lançamento, em formato digital, da quase totalidade dos números publicados entre 1975 e 2000, compilados graças à colecção pessoal de Daniel Nunes, dono de uma das maiores bibliotecas sobre a África lusófona,

O novo arquivo, que será de acesso livre, reúne mais de 1.500 números, e acima de 12 mil páginas, contribuindo para a conservação de um dos títulos de maior longevidade da África lusófona. 

“A digitalização do Nô Pintcha integra-se numa linha mais vasta de publicação de fontes para a história de África, estando já em processo de tratamento o jornal Ecos da Guiné, um dos primeiros títulos publicados na Guiné-Bissau, dos anos 20 do século XX”, adianta o Centro de História da Universidade de Lisboa.

A sessão de lançamento do arquivo digital vai contar com a presença dos embaixadores da Guiné-Bissau, Hélder Vaz Lopes, e de Cabo Verde, Eurico Correia Monteiro.

Para mais informações, contactar o Secretariado do Centro de História da Universidade de Lisboa, através do e-mail: centro.his.edicoes@letras.ulisboa.pt