No repertório musical de Nayr Faquirá, as letras afinam-se com o coração
por Afrolink
O piano veio primeiro, tinha apenas 8 anos. Seguiu-se a voz, instrumento com que, aos 17 anos, conquistou um lugar na final do concurso televisivo “The Voice Portugal”. Entre um e outro momento, Nayr Faquirá encontrou na música o seu palco.
“Aquela adrenalina toda depois da primeira actuação, e saber que muita gente gostava de me ouvir foi um bocadinho: ‘Wow, eu quero fazer isso sempre’”, partilhou a artista, em entrevista ao E agora.
A certeza do destino afastou os planos de uma formação em Artes Visuais, e abriu caminho aos estudos em Música e Produção, cumpridos por quatro anos em Londres, onde aprimorou conhecimentos e lançou os primeiros trabalhos a solo.
No regresso a Portugal, e ainda em plena pandemia, Nayr selou, em 2021, a primeira grande colaboração musical, com o rapper Valete, a que se seguiram outras, nomeadamente com os artistas de rap e r&b Deezy e Ivandro.
Ainda nesse ano, a cantora, compositora e produtora apresentou o EP “Misturas”, trabalho que reflecte uma história de múltiplas heranças culturais, com raízes em Moçambique, Índia e Portugal.
Desse encontro de influências constrói-se não apenas a identidade, mas também a assinatura artística de Nayr Faquirá, conforme se lê na sua biografia. “No seio familiar, desde cedo se ouvia de tudo um pouco, desde o fado tradicional português, ao r&B e blues”, passando por muitos outros géneros musicais, com destaque para os “ritmos brasileiros e africanos”.
O resultado revela-se a cada composição, num alinhamento plural, que se vai expandir a um novo tema: “Cansada”, para ouvir a partir de amanhã, 17, nas plataformas digitais.
Até lá, recordamos o compromisso artístico da cantora: “Nunca vou ser só um género ou só uma sonoridade”, disse ao Rimas e Batidas.
Seja o que for, ou como for, terá seguramente um pulsar muito próprio: “Quase tudo o que escrevo vem dum lugar muito pessoal do meu coração”.
Seguimos no seu ritmo a partir das 21h, n’ O Lado Negro da Força.