O Calendário Feminista Negro para celebrar 2022, e honrar a nossa História

A Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) oferece-nos o Calendário Feminista Negro 2022, criado “para celebrar o novo ano, visibilizando datas importantes” para mulheres negras, cis ou trans, e recordando-nos as palavras de uma das incontornáveis da nossa História, a americana Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. Que 2022 seja um ano de expansão do movimento! O Afrolink regressa na segunda-feira, dia 3. Até lá, Bom Ano a todas as pessoas.

Texto por Afrolink

Foto de capa do filme “Mulheres pretas no Poder”

Janeiro arranca com Angela Davis, reconhecida, entre múltiplas acções, pela luta pelos direitos da população negra nos EUA. Em Fevereiro temos Lélia González, activista, intelectual e voz influente contra o racismo e o sexismo como formas de violência que subalternizam as mulheres negras.

Março traz-nos Luiza Bairros, antiga ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014, e, tal como Lélia, uma referência já falecida na luta contra o racismo e o sexismo.

Com Abril vem Wanghari Maathai, a primeira mulher africana a receber o Nobel da Paz, conquistado em 2004, pelo seu contributo para o desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz no Quénia, seu país natal, e em África.

Maio reserva como destaque Kimberlé Crenshaw, intelectual afroamericana notabilizada pelos estudos de raça e género, e responsável por colocar a interseccionalidade no ‘mapa’.

Junho apresenta-se com Sueli Carneiro – fundadora do GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra, e uma das mais relevantes pensadoras do feminismo negro no Brasil –, enquanto a enfermeira e activista Alzira Rufino – que se autointitula uma “batalhadora incansável pelos direitos da mulher, sobretudo da mulher negra” – nos dá as boas-vindas a Julho,

A académica Rosália Lemos, a recém-falecida escritora bell hooks e a socióloga e activista Vilma Reis representam Agosto, Setembro e Outubro, respectivamente. E, finalmente, Novembro e Dezembro celebram dois marcos na história feminismo negro no Brasil: a Marcha Nacional das Mulheres Negras e o Encontro Nacional de Mulheres Negras.

Mês a mês, assim se assinalam os dias no Calendário Feminista Negro 2022, criado pela área Científica da Associação de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) – Feminismos Negros “para celebrar o novo ano visibilizando datas importantes para nós, mulheres negras, cis ou trans”, e lembrando-nos, conforme afirmou Angela Davis, que ‘Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela’”.

Além da homenagem a uma série de mulheres negras, e da enumeração de alguns marcos históricos, o Calendário chega com votos de expansão. “No ano de 2021, enfrentámos novos desafios com a pandemia da COVID-19, o que evidenciou ainda mais a vulnerabilidade da população negra. Que o ano de 2022 seja um ano de mudanças e conquistas para todas/es/os e que a nossa negra luta possibilite uma sociedade equânime”. Com todos. Para todos.

 

Descarregue aqui o calendário