O Festival do Livro Africano que nos dá música, ao ritmo de Kalaf Epalanga

Kalaf Epalanga, fundador do projecto musical Buraka Som Sistema e autor, entre outros títulos, do romance “Também os brancos sabem dançar”, conduz, nas próximas quinta e sexta-feira, dias 28 e 29, dois encontros digitais onde a música e a literatura se intersectam. O duplo concerto de conversa, intitulado “Voices From the Beginning – Books Born From Songs”, traduzível como “Vozes do Início – Livros nascidos de canções”, decorre no âmbito da terceira edição do alemão “African Book Festival 2021” (Festival do Livro Africano), e vai juntar mais de duas mãos-cheias de escritores africanos. Como a zambiana Zukiswa Wanner, e o angolano José Eduardo Agualusa. Para ver e ouvir online, com acesso livre.

por Paula Cardoso

foto de capa*

Envolvidos numa dança entre música e literatura, escritores de vários ‘palcos’ africanos preparam-se para seguir o ritmo de Kalaf Epalanga. Maestro do evento “Voices From the Beginning – Books Born From Songs”, traduzível como “Vozes do Início – Livros nascidos de Canções”, Kalaf assina a sua curadoria, desafiando alguns dos nossos nomes literários mais entusiasmantes “a falar sobre os seus trabalhos e inspirações musicais”.

O duplo concerto de conversa acontece nas próximas quinta e sexta-feira, dias 28 e 29, integrado na programação do “African Book Festival 2021”, Festival do Livro Africano que se realiza em Berlim pela terceira vez.

A iniciativa, criada pela InterKontinental, foi inaugurada em 2018 com o tema “Writing in Migration” (“Escrevendo na Migração”), a que se seguiu, no ano seguinte, “Transitioning from Migration” (“Transitando da Migração”). De regresso após um 2020 de incontáveis adiamentos e cancelamentos, o festival traz como mote “Telling the Origin Stories” (“Contando as Histórias de origem”).

A proposta, considera Kalaf, em entrevista publicada no site do “African Book Festival 2021”, pode ser interpretada como um convite à acção. “Cada um de nós tem uma história para partilhar, que apenas pode ser contada por quem faz parte da mesma. A origem é um conceito fluido e orgânico. Para mim, é aquilo que transportamos connosco e nos é intrínseco. Podemos alargar o tema à ideia de reclamarmos e contarmos as nossas histórias porque ninguém pode fazê-lo melhor do que nós”. 

 “Movimento vibrante” de crescimento da literatura made in África

Donos da própria narrativa, Chimeka Garricks, Fiston Mwanza Mujila, Mũkoma wa Ngũgĩ, Natasha Omokhodion-Kalulu Banda, Rémy Ngamije, Zukiswa Wanner, Martha Fessehatzion e Moses Leo unem vozes no arranque de “Voices From the Beginning – Books Born From Songs”, enquanto José Eduardo Agualusa, Ondjaki, Telma Tvon, Toty Sa’Med e Yara Monteiro soltam o verbo no segundo e último dia.

Com início às 19h de Lisboa, o evento, em inglês, será transmitido via stream de duas cidades germânicas – na quinta-feira Leipzig e na sexta-feira Munique –, podendo ser acompanhado online, de forma gratuita.

Até lá, sugerimos uma dança pelo trabalho de cada um dos 13 participantes, a que juntamos a “passada” do anfitrião Kalaf, fundador do projecto musical Buraka Som Sistema e autor, entre outros, do romance “Também os brancos sabem dançar”.

“O meu objectivo é aproximar o festival da comunidade africana de Berlim”, aponta Kalaf, acrescentando, na entrevista ao “African Book Festival 2021”, a vontade de envolver leitores das diferentes diásporas no “movimento vibrante” de crescimento da literatura made in África, e “em qualquer parte do globo que os filhos de África chamem de casa”. 

*https://www.kalafepalanga.com/

Mais informações sobre o evento “Voices From the Beginning – Books Born From Songs” disponíveis nas plataformas digitais do promotor InterKontinental

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