O orgulho cabo-verdiano de Any Delgado,
em formato digital e activista

Nascida na ilha cabo-verdiana de São Vicente há quase 50 anos, Any Delgado cresceu em Portugal, para onde a família emigrou quando tinha apenas 18 meses. Agora a residir na Holanda, gere a plataforma digital “Orgulho Nacional”, que apresenta como a sua “ferramenta de activismo social”, com a qual divulga a cultura cabo-verdiana. Ao mesmo tempo, é embaixadora da Associação Europeia da Saúde Preventiva e Epigenética, vai começar a estudar História na universidade, e prepara o lançamento da sua obra de estreia, intitulada “Mornas com Stória”. Amanhã é dia de a receber n’ “O Lado Negro da Força”.

por Lado Negro da Força

Portugal pode bem estar-lhe nos hábitos, mas é Cabo Verde que lhe corre nas veias e molda a sua essência.

Natural da Belavista, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, Any Delgado, nascida a 11 de Setembro de 1971, faz questão de expressar o orgulho nas suas raízes.

“Há três anos que tenho trabalhado na divulgação e promoção da identidade cabo-verdiana, enquadrando a música na História de Cabo Verde”, conta a promotora cultural, destapando a génese do projecto “Orgulho Nacional”.

“É uma plataforma digital de divulgação da cultura cabo-verdiana, e é a minha ferramenta de activismo social”, prossegue Any, lançando o mote para a conversa desta quinta-feira, n’ O Lado Negro da Força.

“A página “Orgulho Nacional” foi criada como plataforma de apoio da Morna a Património da Humanidade”, acrescenta.

“Mornas com Stória”

Apesar de assinalar que a sua história “é igual a imensas outras de filhos de cabo-verdianos emigrantes, que cresceram na diáspora”, na sua biografia não faltam elementos distintivos.

“Entrei na música na LS Music Portugal, primeiro como agenciadora e promotora de artistas, e rapidamente subi a directora executiva”, reconstitui, adiantando que essa experiência lhe “abriu as portas para a música e os músicos de Cabo Verde”.

Hoje a residir na Holanda – “foi a responsabilidade com os filhos que me fez emigrar” –, Any mantém a tal essência original, bem enraizada nas memórias da infância.

“Dentro de casa falava-se o crioulo; ouvia-se mornas e coladeiras; aos Sábados havia cachupa, que sobrava sempre para guisar para o pequeno-almoço de domingo, acompanhado com um ovo estrelado e uma caneca de leite com café. Nos aniversários, a minha mãe fazia cuscus, num binde improvisado a partir de um vaso de plantas”.

Do passado para o presente e para o futuro, os planos estão bem traçados.

“Estou de volta à faculdade, com quase 50 anos, e vou fazer o curso de História”, conta a também embaixadora da Associação Europeia da Saúde Preventiva e Epigenética.

As estreias estendem-se à escrita. “Terminei de escrever o meu primeiro livro, que será lançado este ano”, antecipa a autora de “Mornas com Stória”. O ritmo promete!

 

Entre na dança amanhã, a partir das 21h30, em mais uma emissão d’ O Lado Negro da Força. Para seguir no Facebook e no YouTube.