por Paula Cardoso

De emoção em sensação e pensamento, na correria do dia-a-dia, quando é que paramos para sentir? Vivemos conscientes das escolhas que fazemos, ou estamos de tal modo anestesiados de obrigações que, sem nos apercebermos, atravessamos os dias em piloto automático?

Nas respostas de Anabela Miranda, profissional de Marketing especializada em consultoria para negócios e projectos sociais, há um antes e um depois de 2019.

“Tive um ataque de pânico, e aquilo foi tão impactante para mim que me fez questionar tudo: o meu propósito de vida, as minhas escolhas, o que queria para o futuro”.

A escrita como veículo para o autoconhecimento

Pela primeira vez, de forma consciente, Anabela, iniciou um trabalho de autoconhecimento.

“Percebi que não sabia quem era. Então, tentei conhecer-me melhor, e uma das coisas que me ajudou bastante a processar informação e a organizar as minhas ideias foi escrever”, conta, de volta à génese do que se converteu numa rotina de autocuidado.

“Comecei a escrever semanalmente para mim. Era como se fossem reflexões internas sobre o que se tinha passado comigo na altura, sobre as causas de tudo, desde o término de namoro ao mestrado. Era muita coisa na minha cabeça, e a escrita que fazia à volta disso começou-me a ajudar, e a pôr as ideias em ordem”.

A experiência pessoal, combinada com apoio terapêutico especializado, ganha agora crescente expressão colectiva.

“Como não gosto de deixar as coisas para mim, e acredito que os nossos pensamentos e sentimentos podem ajudar outras pessoas, decidi partilhar o que vou aprendendo”.

Além de dar a conhecer as suas reflexões no Instagram, não apenas por mensagens escritas, mas também por vídeos, Anabela, de 27 anos, lança amanhã a “Hora de escrever”.

Com início às 18h, a novidade é grátis, está aberta a todos quantos se queiram juntar, e surge a partir de uma iniciativa da Substack, plataforma online de publicação.