Os temperos e as “Poesias Afro-Lusas” na história de Miguel Lino

Natural de Lisboa, Miguel Lino criou raízes para a vida na Margem Sul do Tejo antes de sair de Portugal. Com experiências na Bélgica e no Reino Unido, o chef de cozinha e microempresário é também autor do livro ”Poesias Afro-Lusas”, que materializa uma velha ligação à escrita. Hoje com 39 anos, o autodemoninado activista da luta anti-racista e também da liberdade religiosa é o convidado que se segue n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

À falta de prenda de aniversário, Miguel Lino ‘desembrulhou’ a imaginação, e abriu-se para a escrita.

“Sempre que algo não correspondia à realidade, eu, na minha inocência, dizia à professora que não tinha recebido prenda nos meus anos. Após dar-me uma prenda e providenciar um bolo de aniversário, a professora sugeria: “Porque não escreves um texto a dizer como gostarias que tivesse sido a tua festa de anos? Nascia aí o meu gosto pela escrita”, recorda Miguel, nas notas biográficas partilhadas com O Lado Negro da Força.

Nascido em Lisboa há 39 anos, e criado na Margem Sul do Tejo, mais concretamente na Cruz de Pau, o chef de cozinha e microempresário recorda que foi aí que desenvolveu a maior parte das “survival skills” (competências de sobrevivência). 

A par do gosto precoce pela escrita, Miguel conta que foi também na infância que começou a planear o futuro como empresário. “Talvez tenha adquirido essa vontade por culpa da minha situação na altura”, considera, acrescentando que os desafios financeiros acabaram por empurrá-lo demasiado cedo para o mercado de trabalho.

“Acabei por pedir à minha mãe para começar a trabalhar. Inicialmente ela negou, mas com o passar do tempo acabou por aceitar. Eu achei muito bom, porque pensei que seria tudo uma maravilha, que ganharia rios de dinheiro e ficaria rico”.

Confrontado com uma realidade bem diferente, Miguel decidiu sair de Portugal. Hoje vive em Inglaterra, depois de já ter passado pela Bélgica, experiências que lhe permitiram adquirir “novos conhecimentos e novas formas de analisar o mundo”.

Autodenominado “activista da luta anti-racista e também da liberdade religiosa”, o microempresário é também autor do livro ”Poesias Afro-Lusas”.

Pelo caminho, ainda deu “uns passinhos um pouco mais criativos ao escrever algumas letras de rap”, aventura interrompida sobretudo por causa da religião, aspecto que também está presente na sua vida, amanhã em destaque n’ O Lado Negro da Força.

Para acompanhar a partir das 21h, em directo no Facebook e no YouTube.