Quinta-feira é dia de juntarmos vozes
no “Lado Negro da Força”

O Afrolink integra, desde a semana passada, “O Lado Negro da Força”, talk-show que, todas as quintas-feiras, projecta vozes historicamente silenciadas, e apresenta histórias sistemicamente invisibilizadas. Sempre a partir das 21h30, em directo, e com transmissão no Facebook e no YouTube, o formato online destaca-se também por trazer um novo rosto a cada emissão. Neusa Sousa, fundadora do “Chá de Beleza Afro” é a convidada que se segue.

por Afrolink

A notícia veio dos Estados Unidos, impressa nas internacionalmente reputadas páginas do The New York Times: das 922 pessoas mais poderosas da América, pelo menos na avaliação do jornal, apenas 180 não são brancas. Ou, usando a categorização oriunda do “Novo Mundo”, dos mais de 900 perfis considerados pela publicação, menos de 200 são de “pessoas de cor”.

Até aqui, nada que destoe da falta de diversidade étnico-racial observada nos diferentes sectores da sociedade americana, e, aqui e ali, relatada nos media, sem que, em Portugal, se tenha gerado qualquer interesse pela temática.

Talvez assim continuasse, não fosse a inclusão de três lusodescendentes na lista de “pessoas de cor”. Segundo o The New York Times, para efeitos da classificação utilizada nesse levantamento, os americanos de origem portuguesa e espanhola, seja qual for a raça, cabem todos na mesma categoria: “Hispânico”.

Foi o suficiente para os portugueses se sentirem feridos na sua identidade, a avaliar pelas reacções que, nos últimos dias, se multiplicaram sobre o assunto.
Mas o que dirão os portugueses negros, sistemicamente destituídos da sua ‘portuguesidade’ e empurrados para o lugar de estrangeiros?

Esta noite, a partir das 21h30, ficaremos a conhecer a opinião de pelos menos quatro portugueses negros sobre esse e outros temas que marcam a actualidade, em mais uma emissão d´ “O Lado Negro da Força”.

Um convidado todas as semanas

Sempre às quintas-feiras, com transmissão em directo no YouTube e Facebook, o formato é conduzido por José Rui Rosário – cujo percurso já demos a conhecer por aqui –, e alargado aos contributos do músico Alfredo Costa e do jurista Pedro Filipe, trio a que se junta agora Paula Cardoso, do Afrolink.

A equipa de residentes continuará, contudo, a intervir em trio, permitindo a rotação dos anfitriões, a que se junta, semanalmente, um convidado.

O formato iniciou-se a 18 de Junho, com a presença de Mamadou Ba, mas o projecto começou em Março de 2019, como um espaço de entrevistas, focado em “dar alguma visibilidade a sujeitos racializados”.

Além do dirigente da SOS Racismo, já passaram pelo “Lado Negro da Força”, entre outras personalidades, a deputada Joacine Katar Moreira, a jornalista Joana Gorjão Henriques, a socióloga Cristina Roldão e a empresária e activista Myriam Taylor. Na última semana, o debate trouxe também a voz de Gitelles Ferreira, “orgulhosamente cigano, engenheiro físico, investigador científico, anti-capitalista, anti-racista e feminista”.

Daqui a algumas horas, “o nosso lugar de fala” é também ocupado por Neusa Sousa, fundadora do evento “Chá de Beleza Afro”. Para ver e ouvir a partir das 21h30.