SOBRE
Damos cartas pela diversidade

História
Lançado em Setembro de 2019, como um grupo privado no Facebook, depois de um período de incubação no programa de ignição de negócios Menos, o Afrolink estreia-se agora em casa própria.
Da autoria da jornalista Paula Cardoso, o projecto junta profissionais africanos e afrodescendentes residentes em Portugal – ou com ligação ao país –, com o propósito de partilhar experiências, valorizar competências, criar alianças, divulgar e suportar negócios.
Em relação a este último ponto, inspiram-nos os movimentos “Support Black Business” e “Black Money”, originários dos EUA e do Brasil, respectivamente.
Nesta linha, surgiram já algumas parcerias, nomeadamente com a fundadora da Revista Mulher Africana, Isabel Manique Flores, bem como com a DC_design, do cabo-verdiano David Chantre, responsável pelo desenvolvimento do nosso logo.
Esta “embaixada” da força de trabalho afro em território português pretende promover uma maior representatividade negra no mercado laboral, e favorecer um maior conhecimento sobre a diversidade étnico-racial que o compõe.
Missão
Âmbito
Membros
Essas e outras questões continuam sem resposta, porque, em Portugal, a recolha de dados étnicos-raciais permanece adiada.
A mais recente oportunidade que tivemos para mudar essa realidade foi desperdiçada, com o chumbo da introdução, nos Censos de 2021, de uma pergunta sobre a origem/pertença étnico-racial.
Dizem algumas vozes que essa recolha violaria o princípio da igualdade entre todos os cidadãos, e poderia fomentar discursos xenófobos e discriminatórios, entendimento que o activismo negro vem contestando, e que o Afrolink também rejeita.
Apesar de reconhecermos que todas as informações são susceptíveis de serem deturpadas, observamos que a ausência de dados não só tem sido usada para alimentar preconceitos, como vem travando um debate construtivo, que nos permita analisar, de forma objectiva, em que medida as diferenças étnico-raciais se traduzem em desigualdades sociais.
Enquanto esse levantamento estatístico não chega, o Afrolink propõe-se criar uma base de dados de profissionais africanos e afrodescendentes. Não tem qualquer pretensão censitária, mas assume o compromisso de contribuir para um retrato da comunidade negra em Portugal.


Perguntas e Respostas
Ao longo dos últimos meses, fomos confrontados com várias questões sobre o nosso projecto, que passamos a esclarecer nos pontos que se seguem.
Criar uma comunidade de negros não é racista? Não é mais uma forma de provocar divisões entre grupos?
Da mesma forma que existem plataformas online de empreendedoras femininas, e grupos de expatriados organizados segundo a mesma nacionalidade, surge aqui a criação de uma comunidade de profissionais negros. Trata-se, tal como nos exemplos enumerados, de um agrupamento natural entre pessoas que reconhecem ter interesses comuns e acreditam que podem evoluir juntas. Importa ainda sublinhar que: o facto de o Afrolink defender uma maior representatividade da comunidade negra não deve ser entendido como uma acção contra outros grupos.
Se os africanos não são todos negros, e o nome do projecto é Afrolink, porque é que os membros são todos negros?
Defendem uma maior representatividade negra. Estão a pedir um sistema de quotas?
O Afrolink está a agir em prol da construção de uma sociedade mais plural e, embora concorde com a implementação de políticas de acção afirmativa, não é esse o seu foco. A sua intervenção pretende visibilizar africanos e afrodescendentes, dando a conhecer as suas trajectórias profissionais e histórias pessoais. Este já é um passo importante em defesa de uma maior representatividade negra. Com este trabalho, o Afrolink quer ainda sensibilizar empresas e Estado para a adopção de políticas de recrutamento equitativas.
O nome Afrolink não entra em contradição com o que defendem? Se querem uma maior representatividade em Portugal, faz sentido continuarem “presos” ao prefixo Afro?
O prefixo Afro faz sentido em qualquer geografia. Reivindicar uma maior representatividade negra em Portugal ou em qualquer outro país não africano, não deve ser entendido como uma renúncia à pertença africana. Para além disso, o Afrolink junta não apenas portugueses negros, também designados afrodescendentes, mas cidadãos de países africanos que residem em Portugal.
O que pretendem alcançar com este projecto?
Antes de mais, o objectivo é juntar profissionais africanos e afrodescendentes residentes em Portugal – ou com ligação ao país –, com o propósito de partilhar experiências, valorizar competências, criar alianças, divulgar e suportar negócios.
A partir dos exemplos aqui reunidos, esperamos contribuir para combater preconceitos e visões estereotipadas.
Ao mesmo tempo, pretendemos colmatar a falta de representatividade negra que se observa em diversas áreas da nossa sociedade, nomeadamente nos media, dando a conhecer o trabalho, negócios e projectos de africanos e afrodescendentes.
Consideramos que esta presença digital é igualmente fundamental para elevar as aspirações profissionais de crianças e jovens da comunidade negra, mostrando-lhes, com casos concretos, que podem ser tudo o que quiserem.

Vão vender produtos?
Para já, não está previsto o desenvolvimento de uma plataforma e-commerce Afrolink. No entanto, a partir dos nossos artigos, terão acesso, entre outros conteúdos, a apresentações de negócios, acompanhadas dos respectivos contactos.
Os serviços são pagos? Qual o valor?
Os serviços Afrolink serão assegurados mediante recurso a uma base de dados construída ao longo dos últimos meses, que reúne profissionais com credenciais nas áreas apontadas: consultoria, produção de conteúdos e educação. O preço de cada serviço vai reflectir o valor do trabalho contratado, que poderá exigir um ou mais especialistas, dependendo da solicitação. O único serviço que poderá eventualmente não ser remunerado, possibilidade a considerar em relação a eventos solidários ou de organizações sem fins lucrativos, é a participação em conferências e palestras.
Artigos
Conheça algumas temáticas e interesses presentes no dia-a-dia da comunidade negra em Portugal.
Perfis
Siga as conquistas e os desafios de profissionais africanos e afrodescendentes em Portugal.
Galeria
Veja as imagens que espelham a diversidade negra, e captam realidades africanas.