“Somos o que fazemos”: a lição de vida que imortaliza Johnson Semedo

Uma inspiração. Um exemplo. Uma referência. Um pilar. Todas as palavras que acompanham as homenagens a João (Johnson) Tavares Semedo, falecido hoje, aos 50 anos, convergem para a mesma leitura: a história que viveu influenciou positivamente – e de forma decisiva – a trajectória de outras pessoas. “Mudaste a minha vida por completo”, lê-se numa das inúmeras mensagens online dedicadas ao fundador da Academia do Johnson, que antes de transformar o mundo à volta inverteu o rumo do seu próprio destino. Nascido em São Tomé e Príncipe e criado no bairro da Cova da Moura, Johnson fugiu de casa ainda criança, escolha que precipitou a iniciação no consumo de drogas e a entrada no mundo do crime. A experiência, relatada na sua biografia “Estou Tranquilo – Viver em Liberdade após Dez Anos de Prisão, Renascer sem Droga”, tornou-se fonte de ignição para o recomeço, transformado em legado. Ao serviço da prevenção de comportamentos de risco de jovens em situação de vulnerabilidade. Afinal, como Johnson não se cansava de repetir “Somos o que fazemos”. Mais do que palavras, o lema que faz a prática da sua Academia.

por Afrolink

A vida de João (Johnson) Tavares Semedo, falecido hoje, aos 50 anos, não se limitou a dar um livro. Também deu prémios – como o de Mérito Associativo General Rodolfo Begonha 2020 do Panathlon Clube de Lisboa –, várias reportagens televisivas, documentários, e, acima de tudo, um legado que melhora vidas: a Academia do Johnson.

Criada para dotar jovens de “ferramentas de que precisam para se tornarem adultos felizes e com sucesso”, a iniciativa adoptou como lema uma frase que traduz na perfeição a história do seu fundador: “Somos Aquilo Que Fazemos!”.

Nascido em São Tomé e Príncipe em 1972, e criado no bairro da Cova da Moura, Johnson fugiu de casa ainda criança, escolha que precipitou a iniciação no consumo de drogas e a entrada no mundo do crime.  

A experiência, relatada na sua biografia “Estou Tranquilo – Viver em Liberdade após Dez Anos de Prisão, Renascer sem Droga”, tornou-se fonte de ignição para o recomeço, transformado em legado a partir da acção da Academia do Johnson.

Afinal, conforme lembrou numa das suas últimas publicações, “todo o ser humano é maior do que o seu erro”.

Gigante na missão que escolheu – “Promover o desporto, o desenvolvimento e a integração social de jovens e crianças dos bairros da zona da Cova da Moura” –,  Johnson é recordado como alguém que influenciou positivamente – e de forma decisiva – a trajectória de outras pessoas. 

“Mudaste a minha vida por completo”, lê-se numa das inúmeras mensagens online dedicadas ao fundador da Academia do Johnson, descrito como uma inspiração, um exemplo, uma referência e um pilar.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa juntou-se à corrente de homenagens, recordando que “teve o privilégio de conhecer e acompanhar no terreno” o seu activismo, que considera exemplar “na inclusão dos jovens pelo desporto”. 

A par do legado público que o notabilizou, Johnson deixa mulher e quatro filhos, herança pessoal cuja riqueza fazia questão de destacar. Como na partilha desta mensagem: “Quando o livro da minha vida se fechar, os meus filhos terão sido o capítulo mais bonito”.