Últimos dias para seguir viagem no périplo literário de Paulina Chiziane
na livraria Bazofo, na Cova da Moura, e depois na Fundação Calouste Gulbenkian. A entrada é livre.
por Afrolink
O anfiteatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa serviu de palco para a estreia do tour literário de Paulina Chiziane em Portugal, a encerrar amanhã, com duas apresentações.
Primeiro na livraria Bazofo, na Cova da Moura, e depois na Fundação Calouste Gulbenkian, a escritora moçambicana despede-se do périplo iniciado no passado dia 13, e que inclui nove paragens.
O roteiro passa hoje pela cidade de Aveiro, onde, a partir das 21h30, a vencedora do Prémio Camões 2021 marca presença na Feira do Livro, em concreto na envolvente ao ATLAS.
Para trás ficaram, além da Faculdade de Letras, a livraria Indie, em Cascais, a Biblioteca Municipal -Centro Cívico de Carnaxide, a Livraria da Travessa, em Lisboa e duas sessões na Sertã.
O tour literário de Paulina Chiziane acontece cerca de sete meses depois de ter sido distinguida, por unanimidade, com o Prémio Camões, reconhecido como o maior e mais prestigiado galardão literário de língua portuguesa.
Nascida em 1955, na província de Gaza, que se situa no sul de Moçambique, a escritora foi a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique. Aconteceu em 1990 com “Balada de Amor ao Vento”.
O seu percurso, onde os subúrbios de Maputo foram território de crescimento, cruzou-se também, na juventude, com a militância na Frelimo (Frente de Libertação Nacional).
A política acabou, contudo, por não dar resposta às suas aspirações, em especial no que concerne à condição feminina, tema incontornável nos seus livros, alguns dos quais traduzidos para inglês, alemão, italiano, espanhol, francês, sérvio e croata.
Já o português, “aprendido de Portugal”, conforme descreve, entrou na sua história através da escola de uma missão católica. Além deste idioma de escrita, Paulina é falante das línguas chope e ronga.
Enquanto esperamos para escutá-la, recordamos algumas das palavras com que recebeu a notícia do Prémio Camões.
“Afinal a mulher tem uma alma grande e tem uma grande mensagem para dar ao mundo”, disse a escritora, em declarações à agência Lusa, rematando: “Este prémio serve para despertar as mulheres e fazê-las sentir o poder que têm por dentro”.
Sentimos!

