Yanda PanAfrikanu: O encontro de África

e da sua diáspora num jornal

Lançado em 2020, no Dia de África, o Jornal Yanda PanAfrikanu apresenta-se como um “órgão oficial pan-africano dedicado aos povos pretos do mundo inteiro”. A última edição, recém-distribuída, está centrada na Revolução do Haiti, e partilha “a esperança de que entidades Panafrikanas na diáspora e no continente Africano se comuniquem cada vez mais com os movimentos sociais endógenos” presentes no país caribenho. Além de “vários olhares sobre o tema”, o Yanda apresenta-nos “vários caminhos possíveis para esse resgate e celebração”.

Edição n.º5, de 28 de Fevereiro de 2021

Edição n.º3, de 30 Setembro de 2020

Edição n.º1, de 25 de Maio de 2020

por Afrolink

A “vontade comum de manter vivas as rotas ancestrais de comunicação e solidariedade entre a África e a sua Diáspora”, combinada com o “compromisso de construir as condições necessárias para o Renascimento Africano (…) levou um conjunto de pessoas e organizações pretas, de partes distintas da África e da Diáspora Africana, a se reunirem pela primeira vez em São Paulo, em Outubro de 2019, para formar uma rede”.

Mais de um ano depois, esse encontro prolonga-se já em cinco números do Jornal Yanda PanAfrikanu (clique nas capas para ler), de onde extraímos as palavras de apresentação introduzidas nas linhas anteriores. É também entre páginas do Yanda, disponíveis online e de forma gratuita, que encontramos, reiterado, o desejo retomar “os caminhos já antes percorridos na busca do reconhecimento de pistas para formar novas rotas de fuga, de libertação e de aquilombamento”.

Lançado a 25 de Maio de 2020, no dia do 57.º aniversário da fundação da Organização da Unidade Africana, o jornal dá expressão à rede YANDA, tecida a partir da cidade paulistana.

“YANDA quer dizer REDE em kimbundu, língua bantu concentrada no noroeste de Angola, nomeadamente nas províncias de Luanda, Bengo, Malanje e Kwanza Norte, e falada pelo povo Ambundu”, adiantam os criadores do projecto, explicando a ideia por detrás do nome Yanda PanAfrikanu.

“Partiu de diferentes imagens de rede, tanto pela missão de uma construção política em rede, entre filhos e filhas no continente africano e na sua diáspora (…) como também na perspectiva de uma rede que é lançada ao mar, buscando a autonomia para pescarmos as nossas ideias, identidades, culturas e alimentos”.

 

Edição n.º4, de 30 de Novembro de 2020

Edição n.º2, de 31 de Julho de 2020

Logo concebido por Cintia Ataliba, inspirado na ideia de redes como raízes ou rizomas conectados desde o continente até à diáspora

Com periodicidade bimestral, o jornal revela-se “transdisciplinar no que diz respeito às temáticas”, trazendo para as páginas “políticas, ciências, espiritualidades, filosofias”, ou, escrito de outro modo “culturas e cosmovisões que permeiam a dimensão pan-africana”.

A 5.ª e mais recente edição do jornal, centra a abordagem na Revolução do Haiti.  “Desde a proclamação da constituição em 1801, o Ayiti enfrenta problemas que se agravam com o passar do tempo. Esses problemas vão desde embargos econômicos, ocupações militares internacionais, golpes de estado, altos índices de desnutrição, alienação cultural e uma devastadora miséria material, condicionada por grandes conglomerados internacionais”, lemos no editorial da publicação.

No mesmo espaço, advoga-se por acções de recuperação da soberania que envolvam “entidades e projectos Pan-Africanos genuinamente comprometidos a servir o povo do Ayiti”, e deixa-se um repto.  “É imperativo que entidades Pan-Africanas na diáspora e no continente Africano se comuniquem com os movimentos sociais endógenos do Ayiti. Essa comunicação deve visar um único fim, a recuperação total e inequívoca da soberania Ayitiana. Somente a unidade de ação técnica, programada e autônoma será capaz de impedir a aniquilação do Ayiti”.

Mas, questiona o Yanda PanAfrikanu, será que as organizações políticas da diáspora e do continente africano se encontram preparadas para esse desafio?

As reflexões prosseguem nas páginas do último número do Jornal Yanda PanAfrikanu, que pode ler aqui.

Para acesso às edições anteriores, clique nos links:

Yanda PanAfrikanu N.º1

Yanda PanAfrikanu N.º2

Yanda PanAfrikanu N.º3

Yanda PanAfrikanu N.º4 

 

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