A Cova da Moura no arrastão de uma imprensa que mistura factos com ficção

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A Cova da Moura no arrastão de uma imprensa que mistura factos com ficção

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A Cova da Moura voltou a ser notícia esta semana, agora por causa de uma festa ilegal, ao contrário de tantas outras que têm acontecido de Norte a Sul do país, apresentada sob parangonas de um “estado de sítio”. De nada serve que a Polícia fale em “dezenas” de pessoas em desobediência, quando a comunicação social decide que são “centenas”, numa ruidosa obsessão por uma narrativa de crime e violência, onde não faltam “relatos de tiros”. Este e outros enviesamentos na cobertura mediática vão estar em análise mais logo n’ “O Lado Negro da Força”, o talk-show online das noites de quinta-feira, que conta com a participação do Afrolink. Para ver a partir das 21h30, em directo no Facebook e no YouTube, hoje com o músico NBC como convidado.

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por Paula Cardoso

Facto: No actual estado de calamidade, estão proibidos os ajuntamentos de mais de cinco pessoas na via pública.  “Esta limitação aplica-se quer a outros espaços de uso público de natureza comercial ou na restauração”, indica fonte governamental.

Ficção: “As noites de domingo costumam ser de festa na Cova da Moura, e nem a situação de calamidade, que limita os ajuntamentos a cinco pessoas, mudou o hábito”.

Entre o facto, extraído do texto “Governo aprova oito medidas para ‘prevenir expansão da pandemia’”, publicado no portal portugal.gov.pt, e a ficção, encontrada numa peça da SIC, transmitida na última segunda-feira, 19, onde é que fica a notícia?

Pelo que se lê, ouve e vê, ela perde-se no alucinante mundo da efabulação, ou, para usarmos um dos termos da desordem mediática, no universo das “fake news”.

A obsessão em colar uma narrativa de crime e violência à Cova da Moura ficou bem expressa, entre outros órgãos de comunicação, no Jornal da Noite da SIC.

“A Polícia foi recebida a tiro quando tentava acabar com uma festa de centenas de pessoas ontem à noite no bairro da Cova da Moura”, introduzia o pivot Rodrigo Guedes de Carvalho, na segunda-feira, na apresentação da peça sobre a ocorrência. Instantes depois, ao visionarmos a matéria, ouvimos a jornalista dizer que o ajuntamento envolveu “várias dezenas de participantes”. A leitura do pivot torna-se ainda mais incompreensível tendo em conta que a mesma peça já tinha sido transmitida no noticiário da hora de almoço.

Saímos da televisão para a imprensa escrita, e as contradições persistem. No JN e no DN, publicações que pertencem ao mesmo grupo de media, os números também não batem certo.

Percebe-se porquê quando se ouvem as declarações da PSP: os dados noticiados não têm fundamento.

Narrativa viciada

A RTP assume isso mesmo, no final de uma peça que, online, tem o seguinte enquadramento: “PSP recebida a tiro na Cova da Moura”. Segundo informa o canal público, “A PSP não confirma o número exacto de pessoas que estariam na festa”.

Apesar disso, tal como os já citados SIC, JN e DN, também a TVI não resistiu à tentação de criar o seu próprio número: 200 pessoas estariam no centro dos desacatos.

Além do “milagre da multiplicação” – em que “largas” ou “várias” dezenas de jovens, na voz do intendente da PSP, Paulo Flor, passam a centenas –, a cobertura mediática do caso evidencia uma forte atracção bélica.

Embora a Polícia apenas tenha confirmado o arremesso de pedras e garrafas contra os agentes destacados para o bairro – indefensável, porém muito abaixo de uma linha de fogo –, a comunicação social preferiu fazer eco de especulações, alinhadas no reforço de uma narrativa tão viciada que sobressai ao digitarmos Cova da Moura no Google.

“Crime”, “polícia”, “tiros” e “perigoso” são sugestões de pesquisa associadas às palavras Cova da Moura, enviesamento que, genericamente, parece dispensar provas condenatórias, face à tónica na presunção de culpa.

Só assim se entende que, por um lado, a Polícia opte por comunicar rumores, falando em “relatos de tiros” e “hipotéticos disparos”, e, por outro lado, que vários órgãos de comunicação social extraiam daqui a informação que a PSP foi recebida a tiro.

Será possível alguém ser recebido a tiro sem dar por isso?

Esta e outras questões vão estar em análise a partir das 21h30, n’ “O Lado Negro da Força”, o talk-show online das noites de quinta-feira, hoje com o músico NBC como convidado. Para ver em directo no Facebook e no YouTube.

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