Almada revela tesouro mundial, abrilhantado por 12 jóias africanas

[et_pb_section fb_built="1" _builder_version="4.4.8" use_background_color_gradient="on" background_color_gradient_start="rgba(255,255,255,0.07)" background_color_gradient_end="rgba(0,0,0,0.42)" background_color_gradient_end_position="0%" background_color_gradient_overlays_image="on" custom_padding="161px|||||" hover_enabled="0" title_text="Mais Leitura_Mais Sucesso-Almada" background_image="https://afrolink.pt/wp-content/uploads/2020/07/Mais-Leitura_Mais-Sucesso-Almada.jpg"][et_pb_row _builder_version="4.4.7"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" header_2_text_color="#ffffff" header_2_font_size="50px" header_2_line_height="1.4em" hover_enabled="0"]

Almada revela tesouro mundial, abrilhantado por 12 jóias africanas

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section][et_pb_section fb_built="1" _builder_version="4.4.7"][et_pb_row _builder_version="4.4.7"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0"]Mais de 200 alunos de cinco escolas de Almada juntaram heranças familiares para formar um tesouro comum, onde brilham 12 jóias de países africanos. O Afrolink foi espreitar este baú de riquezas culturais, e encontrou um plano municipal para enriquecer milhares de outras crianças de dezenas de nacionalidades. Com Mais Leitura e Mais Sucesso escolar. [/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure="3_5,2_5" _builder_version="4.4.7" custom_margin="|134px||auto||" custom_padding="||6px|||"][et_pb_column type="3_5" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

por Paula Cardoso

O antigo Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, está a cerca de 4.300 quilómetros do Pico da Ibituruna, no Brasil, que fica a aproximadamente 15 mil quilómetros de Katmandu, a maior cidade e capital do Nepal.

A distância que separa os três destinos encurta-se nas escolas do concelho de Almada, à medida que os alunos trocam coordenadas sobre as suas origens, partilhadas como parte de um tesouro.

O conceito, explica a animadora Elisabete Gonçalves, assenta na exaltação da multiculturalidade presente no auto-denominado “território de muitos”.

“Em Almada vivem pessoas de todo o mundo. Cada uma trouxe o seu Património Cultural, como se fossem jóias, que aqui se juntaram a outras jóias”, observa a especialista em Educação Patrimonial, ligada ao Departamento de Educação e Juventude da autarquia.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type="2_5" _builder_version="4.4.7"][et_pb_image title_text="Mais-Leitura-Mais-Sucesso-em-Almada (5)" _builder_version="4.4.8" hover_enabled="0" src="https://afrolink.pt/wp-content/uploads/2020/07/Mais-Leitura-Mais-Sucesso-em-Almada-5.jpg"][/et_pb_image][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version="4.4.7" custom_padding="8px|||||"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

O tesouro somos todos nós

Mais do que reconhecer valor na diversidade da sua população, o município decidiu celebrá-la nas escolas, desafiando alunos do 1.º ciclo e respectivas famílias a revelar as suas riquezas.

O espólio é acolhido por todos como “O Nosso Tesouro”, e foi agrupado no ano passado por 204 alunos de 11 países, numa expedição realizada em 14 turmas do 2.º e 4.º anos, de cinco escolas do concelho.

A recolha das riquezas culturais mobilizou também 35 famílias, que se disponibilizaram para apresentar, em sala de aula, algumas das suas jóias.

O encontro permitiu não apenas aproximar destinos geográficos – do campo cabo-verdiano do Tarrafal à capital nepalesa, passando pelo brasileiro Pico da Ibituruna –, como cruzar tradições festivas, e misturar sabores gastronómicos, entre tantas outras manifestações de cultura.

“Tudo começa nas pessoas. Elas são o primeiro de todos os patrimónios”, destaca Elisabete, com a autoridade de uma licenciatura em História, e 25 anos de experiência no Centro de Arqueologia de Almada.

Guardiã-mor do “Nosso Tesouro”, a animadora dinamiza a actividade recorrendo a uma arca, onde um objecto salta à vista: um espelho que reflecte a frase “O tesouro és tu”.

“É a primeira coisa que aparece quando se abre o baú, para que todas as crianças vejam que a identidade pessoal é o primeiro património que devem valorizar”, destaca Elisabete, acrescentando que só depois desse reconhecimento individual é que a expedição parte à descoberta do património local, nacional e mundial.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure="1_2,1_2" _builder_version="4.4.7" custom_padding="8px||5px|||"][et_pb_column type="1_2" _builder_version="4.4.7"][et_pb_image title_text="Mais-Leitura-Mais-Sucesso-em-Almada (2)" _builder_version="4.4.8" hover_enabled="0" src="https://afrolink.pt/wp-content/uploads/2020/07/Mais-Leitura-Mais-Sucesso-em-Almada-2.jpg"][/et_pb_image][/et_pb_column][et_pb_column type="1_2" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

Jóias em exposição

Com 23 jóias internacionais recolhidas, das quais 12 são provenientes de países africanos, “O Nosso Tesouro” prepara-se para sair da escola, através de uma exposição municipal.

A mostra, prevista para Setembro, deveria incluir também as riquezas de outros 10 estabelecimentos de ensino de Almada, cuja participação a pandemia inviabilizou. Ou, será melhor dizer adiou?

A interrogação deixa-nos, por enquanto, sem resposta, porque o “Nosso Tesouro” faz parte de um projecto-piloto de combate ao insucesso escolar, ainda sem luz verde para prosseguir no próximo ano lectivo.

Intitulado “Mais Leitura, Mais Sucesso”, o programa tem ligação embrionária ao estudo “A diferença que a escola pode fazer: o sucesso escolar no concelho de Almada (4.º e 6.º ano)”.

O trabalho, realizado no centro de investigação do ISCTE-IUL, sob coordenação das professoras Teresa Seabra e Susana da Cruz Martins, mostra como a literacia e o envolvimento das famílias e comunidades impactam o desempenho dos alunos.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version="4.4.7" custom_padding="8px|||||" locked="off"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

“A partir da análise dos resultados escolares dos agrupamentos do concelho de Almada, observou-se que encontramos níveis mais altos de insucesso, com maiores taxas de abandono e retenção escolar, em estabelecimentos localizados nos territórios mais desfavorecidos a nível socioeconómico”, indica Elisabete Gonçalves.

O estudo do ISCTE constatou igualmente que esses contextos de maior vulnerabilidade e piores desempenhos estudantis abrangem freguesias habitadas por populações imigrantes, em particular oriundas dos PALOP.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version="4.4.7" custom_padding="8px|||||"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

Mais de 23 mil alunos abrangidos

As conclusões lançaram a Câmara Municipal de Almada numa missão para tentar perceber, no terreno, como é que, no dia-a-dia, cada comunidade contribui para os resultados dos seus alunos.

O trabalho concretiza-se através do “Mais Leitura, Mais Sucesso”, programa inserido no Plano Municipal de Promoção do Sucesso Educativo de Almada e destinado a alunos do 1.º ciclo e do ensino pré-escolar.

Até agora viabilizado por fundos comunitários, o projecto é executado pelo Departamento de Educação e Juventude, e abrange uma população de 23.330 alunos, oriundos de 44 países, dos quatro cantos do mundo.

Além de desvendar o tesouro cultural dos estudantes, permitindo envolver os familiares no percurso pedagógico das crianças, o projecto-piloto promoveu uma série de outras actividades com o mesmo foco: abrir a escola à comunidade.

É disso exemplo o “Baralho com Estórias”, tal como “O Nosso Tesouro” orientado para juntar, no espaço da sala de aula, alunos e famílias.

Mas a intervenção do “Mais Leitura, Mais Sucesso” não se limita a estreitar os laços com os pais e outros encarregados de educação, através da dinamização de actividades lúdico-pedagógicas – no âmbito das AEC´s (Actividades de Enriquecimento Curricular)  e das AAAF’s (Actividades de Animação e de Apoio às Famílias).

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version="4.4.8" column_structure="3_5,2_5"][et_pb_column _builder_version="4.4.8" type="3_5"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

Formar para a celebração da diversidade

Outro dos eixos centrais do projecto são as acções de sensibilização e capacitação dos agentes educativos e pessoal não docente.

A intervenção junta no terreno, além da guardiã patrimonial Elisabete Gonçalves, outras quatro animadoras, cada uma com a sua especialização.

Sofia Rodrigues, por exemplo, é licenciada em Serviço Social, e traz para a equipa a experiência em trabalho comunitário, desenvolvido em contacto directo com as populações de alguns dos bairros de Almada sinalizados como mais vulneráveis.

O olhar de proximidade foi fundamental, entre outros aspectos, para promover, junto de professores bibliotecários, uma acção de formação sobre a importância da introdução de histórias diversas na dinâmica educativa.

 

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column _builder_version="4.4.8" type="2_5"][et_pb_image _builder_version="4.4.8" hover_enabled="0" title_text="Mais-Leitura-Mais-Sucesso-em-Almada (1)" src="https://afrolink.pt/wp-content/uploads/2020/07/Mais-Leitura-Mais-Sucesso-em-Almada-1.jpg"][/et_pb_image][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version="4.4.7" custom_padding="8px|||||"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

“Há livros que podem fazer a diferença dentro das práticas pedagógicas diárias, por espelharem realidades das comunidades em que estão inseridos, permitindo que se vejam representadas”, destaca Sofia, sublinhando a importância de ir ajustando abordagens.

“Nem todas as culturas estão familiarizadas com os livros, porque têm tradições orais muito fortes”, nota a assistente social.

Mais do que identificar as especificidades de cada meio, o “Mais Leitura, Mais Sucesso” mostra, aponta Sofia, “outros caminhos de acesso” ao conhecimento, “outras portas e janelas para encurtar distâncias”. Abertas para a valorização da diversidade humana. Celebrada como um tesouro. Nosso!

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]

Anterior
Anterior

A vida a preto e branco, com flashes de uma máquina de guerra

Próximo
Próximo

Sete mornas para apoiar os músicos da Boa Vista a resistir à Covid-19