O Lado Negro da Força despede-se de 2023, com uma emissão especial
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O Lado Negro da Força despede-se de 2023, com uma emissão especial
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por Afrolink
A inspirar novas tradições desde 1966, a celebração pan-africanista Kwanzaa nasceu nos EUA, por iniciativa de Maulana Karenga, uma das figuras proeminentes do movimento Black Power.
Maulana, professor e regente do departamento de Estudos Africanos na Universidade Estadual da Califórnia, apresenta a festividade como “uma celebração da família, comunidade e cultura”.
O nome Kwanzaa, explica Maulana no seu site oficial, deriva da expressão “matunda ya kwanza”, que significa “primeiros frutos” na língua swahili.
O professor esclarece ainda que o A extra da palavra resultou de uma actividade com crianças, orientada para estimular a criatividade infantil a partir de valores africanos. Como havia sete crianças e cada uma tinha de escolher uma letra da palavra Kwanza, surgiu a necessidade de ajustar a grafia.
Mas, mais do que enquadrar a escrita, importa perceber a sua escolha: a expressão que serve de inspiração à festividade celebra a fartura da colheita, quando as árvores estão carregadas de frutos, e toda a natureza se manifesta na sua mais plena abundância.
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A par do simbolismo associado ao nome Kwanzaa, ele transporta uma missão colectiva de dar à comunidade negra a oportunidade de também celebrar a sua História.
A festividade foi criada “para reafirmar a visão de comunidade e os valores da cultura africana, e para contribuir para a sua restauração na diáspora africana”, lê-se online.
Os 7 valores
Tudo isso ao longo de sete dias, de 26 de Dezembro a 1 de Janeiro, a que corresponde igual número de princípios e valores fundamentais (Nguzo Saba). A saber:
Umoja (união) – Representa a importância de nos unirmos como família, comunidade e povo;
Kujichagulia (auto-determinação) – Refere-se à responsabilidade de cada um em relação ao próprio futuro, individual e colectivo;
Ujima (trabalho colectivo e responsabilidade) – Advoga o sentido de construção colaborativa, de responsabilidade diária e conjunta sobre as decisões e caminhos da comunidade, com base no entendimento de que os problemas e questões podem ser resolvidos numa perspectiva de grupo;
Ujamaa (economia cooperativa) – Parte da consciência de que a construção e os ganhos da comunidade através das suas próprias actividades favorecem e estimulam a circulação interna dos recursos que devem ser orientados para a promoção do bem-estar e crescimento conjunto;
Nia (propósito) – Propõe uma reflexão sobre o objectivo, a finalidade maior do trabalho em grupo, visando construir o sentido de comunidade, reatar laços e expandir a cultura africana;
Kuumba (criatividade) – Desafia novas ideias para criar uma comunidade mais bonita, mais bem-sucedida para as próximas;
Imani (fé) – Recorda a importância de honrar os ancestrais, as tradições e os líderes africanos para celebrar os triunfos do passado sobre as adversidades, e evocar com confiança a intuição.
“Os sete princípios Kwanzaa ensinam-nos de que quando nos unimos para fortalecer as nossas famílias e comunidades, e para honrar as lições do passado, podemos enfrentar o futuro com alegria”, resumiu o antigo Presidente dos EUA, Bill Clinton.
Nós subscrevemos!
Para conhecer mais sobre esta celebração, consulte o site oficial.
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