Pintar paredes de branco não basta. É preciso combater o racismo e a xenofobia!

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Pintar paredes não basta! É preciso combater o racismo e a xenofobia

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por Afrolink*

 “Apenas pintar paredes de branco não basta. É preciso combater o racismo e a xenofobia

Na madrugada da última sexta-feira (30/10), muros de escolas e universidades foram vandalizados com frases racistas e xenófobas. Entre estes uma parede no interior do campus

do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa com os dizeres “Morte aos pretos, por uma faculdade branca”.

Em outras instituições também foram encontrados escritos como “Europa para os europeus, viva a Europa branca”, “Fora com os pretos”, “zucas, voltem para as favelas”, "Morte aos Ciganos" entre outros.

Levando-se em conta que todos os escritos eram seguidos do mesmo símbolo e que todas as acções foram realizadas na mesma madrugada, é evidente que se trata de uma acção organizada e coordenada de um grupo supremacista branco.

É de se espantar que este grupo tenha tanta liberdade de agir, propagando frases de ódio, alimentando e se alimentando do racismo e da xenofobia estruturais que existem em Portugal.

Também é de espantar a pouca ou nula acção das instituições portuguesas diante deste tipo de crime de ódio. Pintar as paredes de branco e ignorar a existência deste tipo de ameaça é apenas ser complacente com acções criminosas que estão a ser cada vez mais recorrentes em Portugal.

Destaca-se a ausência de posicionamento institucional do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, mesmo tendo uma de suas paredes vandalizadas.

Já a Associação dos Estudantes do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa ainda se manifestou com um comunicado onde demonstra “choque” com este tipo de acção e manifesta “solidariedade para com qualquer estudante que se tenha sentido directamente visado pelo sucedido”.

Demonstrar choque e ser solidário já não bastam neste contexto, é preciso tomar acções efectivas diante da gravidade do crime cometido. Desdenhar do que foi escrito, ou até ignorar a acção cometida, camufla que comunidades de estudantes e trabalhadores tiveram suas vidas ameaçadas em uma inscrição nos muros da Universidade.

Qual é a postura que esta instituição de ensino vai tomar? Os “pretos”, os “zucas” e outras comunidades estrangeiras, podem se sentir seguros no interior desta instituição?

Esperamos uma resposta urgente do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa.  Antes que se questione quais medidas que o ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa poderia tomar sem saber quem foi ou foram os autores das frases escritas, solicitamos a seguintes medidas:

  • Que a Reitoria do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa se manifeste formalmente sobre o ocorrido;
  • Que a Reitoria do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa denuncie para as autoridades competentes o crime cometido no interior do seu campus;
  • Que se reconheça que o crime cometido vai para além de um simples acto de vandalismo, mas sim uma ameaça explícita à vida de comunidades que fazem parte do corpo estudantil e profissional do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa;
  • Que a Reitoria do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa seja activa na cobrança por uma investigação rigorosa diante deste acto criminoso e que seja colaborativo e transparente com a mesma, buscando demonstrar, por exemplo, como o interior do campus foi acessado durante a madrugada para a realização deste acto de violência;
  • Que a Reitoria do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa, junto as demais instituições de ensino superior de Portugal, proponham um plano de acções para o combate ao racismo e xenofobia nos campus;
  • Que a Reitoria do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa se comprometa com a segurança de todos os grupos sociais que fazem parte da sua comunidade;
  • Que a Reitoria do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa inicie uma ampla campanha no interior do seu campus de conscientização da comunidade académica de combate ao racismo e à xenofobia;
  • Que a Reitoria do ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa promova ciclos de debates discutindo o racismo estrutural em Portugal e nas próprias instituições de ensino portuguesas (incluso aqui o próprio ISCTE-IUL).

Esperamos que uma instituição como o ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa vá para além de pintar o seu muro de branco e que seja activa no combate à xenofobia e racismo no interior do campus e na sociedade portuguesa, bem como na segurança da sua comunidade académica".

Pode subscrever a carta, e conferir a lista de signatários  aqui

Lei a Carta aberta dos alunos e alunas do curso de Mestrado em Estudos Africanos do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa 

Acompanhe esta e outras reflexões a partir das 21h30, n' O Lado Negro da Força, no Facebook e no YouTube, esta noite com as estreias de Mariama Injai e Danilo Moreira no painel de residentes.

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* Nota 1: após o início da circulação desta carta, a AEISCTE-IUL em comunicado informou o seguinte: “A direcção da Aeiscte-IUL e a excelentíssima Reitora estiveram hoje
reunidos para compreender, da parte do Iscte, o que tinha sido feito relativamente ao episódio da última sexta-feira. Assim: - de imediato se procedeu à limpeza do espaço vandalizado; -procurou-se compreender se seria um acto de alguém do Iscte, tendo-se concluído que não, e que teria sido um ataque transversal, tendo afectado outras IES; - aumentou-se a segurança evigilância no campus; - procedeu-se no próprio dia uma queixa às autoridades a reportar o sucedido. Continuaremos atentos a mais desenvolvimentos e em contacto directo com a Reitoria, mas achamos necessário transmitir aos estudantes do Iscte que o mesmo procedeu com as medidas necessárias”.

Nota 2: esta carta continua a reivindicar tanto um posicionamento formal da instituição como uma continuidade preventiva de ações na comunidade universitária relativas ao tratamento da questão. 

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