Quando o trabalho adoece, e o único tratamento parece ser o desemprego

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Quando o trabalho adoece, e o único tratamento parece ser o desemprego

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por Paula Cardoso

A história da auxiliar de Saúde Ana do Vale (nome fictício) chegou por mensagem privada, enviada para a conta do Afrolink no Instagram. Nela lia-se: “Tenho uma senhora que sofreu maus-tratos trabalhistas no Hospital de Cascais, que a fizeram perder o útero”. Seguiu-se a primeira pergunta, ainda pelo mesmo canal: “A senhora aceita falar sobre o caso? Está em tribunal?”. Sim, o processo segue na Justiça, mas à medida do seu pára-arranca cresce com ele uma perturbadora sensação de impotência: “Como deve calcular, quando se trata da comunidade negra, a dedicação e a relevância dos casos muda”.

Confirmo com o advogado indicado pelo Ministério Público para assumir a defesa de Ana que, embora existam suspeitas de discriminação racial – e até perseguição –, essas alegações são muito complicadas de provar em tribunal.

Questiono-me se haveria sequer caso se Ana, auxiliar de Saúde ao serviço do Hospital de Cascais, não fosse negra.

Duvido.  Aliás, o Ministério Público não hesitou em apoiar a trabalhadora quando a mesma contestou o processo disciplinar de que foi alvo. O Hospital de Cascais estava determinado a afastar Ana, decisão travada quando perceberam que teriam de enfrentar uma batalha judicial.

A desproporção grosseira entre os factos – uma queixa da filha de um doente sobre a resposta da auxiliar a um pedido, numa altura em que estava sozinha com 31 pacientes ao seu cuidado – e a resposta do hospital leva mesmo o advogado a falar em “trapalhada”. Racismo é que não…

Certo é que se veio a comprovar que nem sequer havia fundamento para a abertura de um processo disciplinar.

Enquanto isso, Ana teve de lidar com meses de abusos, que a adoeceram de tal forma que continua a receber apoio psiquiátrico, na sequência de uma depressão.

A deterioração da saúde mental acabou por agravar uma situação pré-existente, que culminou, no final do ano passado, numa cirurgia para remoção do útero.

Embora Ana continue a lutar na Justiça para que a sua entidade patronal seja responsabilizada pelo seu quadro clínico, haverá sentença capaz de fazer Justiça ao inferno que viveu?

“As pessoas preferem bater com a porta, mas eu quero ir até às últimas consequências”, garantiu a cabo-verdiana na conversa com Afrolink.

O caso vai estar em análise mais logo, na segunda parte d’ o Lado Negro da Força.

Para ver em directo, a partir das 21h, no Facebook e no YouTube.

 

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