Quanto pesam as medalhas olímpicas na luta por uma sociedade de e para todos?

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Quanto pesam as medalhas olímpicas na luta por uma sociedade de e para todos?

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por Paula Cardoso

Esta pessoa que vos escreve é negra. Ou, apresentada de outro modo, é um ser humano à experiência; uma cidadã de plenos deveres, embora sem plenos direitos; uma profissional a quem se tolera em caso de excelência, e a quem não se perdoa ao menor sinal de ineficiência; alguém que está “integrada” se reconhecer a sorte que tem em ter sido acolhida, e que não passa de uma ingrata se abrir a boca para denunciar o racismo que lhe corrói as vivências.

Esta pessoa negra chama-se Paula mas poderia chamar-se Jorge Fonseca, Patrícia Mamona, Pedro Pichardo, Neemias Queta ou Auriol Dongmo, só para citar cinco atletas que, nos últimos meses, rechearam o palmarés desportivo de Portugal.

Comecemos por Jorge, Patrícia e Pedro: os três conquistaram medalhas de bronze, prata e ouro na presente edição dos Jogos Olímpicos, feitos antecedidos, nos casos de Patrícia e Pedro, do primeiro lugar no Campeonato Europeu de Atletismo em pista coberta. Nesta mesma competição, Auriol Dongmo também terminou em primeiro, completando, com Pedro e Patrícia, um trio de ouro.

Mais recentemente, coube a Neemias Queta inscrever o seu nome na história no desporto português, tornando-se o primeiro português a ingressar na NBA, a principal liga de basquetebol do mundo.

O que nacional é bom...se for branco

Todos portugueses e também todos negros, a Jorge Fonseca, Patrícia Mamona, Pedro Pichardo, Neemias Queta ou Auriol Dongmo é negado o direito de simplesmente desfrutarem das conquistas desportivas, porque a negritude e a portuguesidade continuam a ser vistas como incompatíveis.

Por um lado, o nome Neemias não tem nada de português, apontam uns, por outro Pichardo nem sequer deveria representar o país porque é “cubano de importação”, conforme referiu um comentador do canal público de televisão.

Neste exercício insano, de aferir quanto de Portugal está em cada medalha, o canoísta Fernando Pimenta, que trouxe o bronze dos Olímpicos, é o único que, por ser português branco, ‘merece’ o selo de 100% nacional. E o que significa isso?

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O próprio Fernando parece explicar, num comentário que deixou há meses no Instagram. Em Abril, na ressaca do anúncio da prescrição dos crimes de corrupção do antigo primeiro-ministro, José Sócrates, o canoísta achou por bem evocar o exemplo de Salazar que, nas suas palavras, “resolvia isto fácil”.

Agora diz que foi mal interpretado, mas não deixa de reiterar a admiração por “uma altura em que não se abusava da liberdade, principalmente a dos outros”.

Já seria trágico se fosse o único, mas está longe de o ser: os saudosistas da criminosa velha ordem nacional não se coíbem de medir a portuguesidade dos medalhados pela maior ou menor concentração de melanina que exibem na pele.

Ao mesmo tempo, à direita e à esquerda, reforça-se a ideia de que o direito de pertencer das pessoas negras assenta na sua excepcionalidade, e de que o mérito é a chave contra todos os males.

Feitas as contas, afinal quanto pesam as medalhas olímpicas na luta por uma sociedade de e para todos? Equilibramos balanças mais logo, em mais uma emissão d’ O Lado Negro da Força. Hoje com Márcia Cristina como convidada.

Para ver no Facebook e no YouTube, a partir das 21h. 

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