Quase meio milhão de peças que tornam urgente refazer o puzzle democrático

[et_pb_section fb_built="1" _builder_version="4.4.8" use_background_color_gradient="on" background_color_gradient_start="rgba(255,255,255,0.07)" background_color_gradient_end="rgba(0,0,0,0.42)" background_color_gradient_end_position="0%" background_color_gradient_overlays_image="on" background_image="https://afrolink.pt/wp-content/uploads/2021/01/New-Project-2021-01-28T170405.159.jpg" custom_padding="161px|||||"][et_pb_row _builder_version="4.4.7"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" header_2_text_color="#ffffff" header_2_font_size="50px" header_2_line_height="1.4em"]

Quase meio milhão de peças que tornam urgente refazer o puzzle democrático

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section][et_pb_section fb_built="1" _builder_version="4.4.7"][et_pb_row _builder_version="4.4.8"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||"]


Até às últimas legislativas apontado como uma das poucas excepções ao avanço da extrema-direita na Europa, Portugal começou por se juntar, timidamente, ao clube político da propaganda do ódio: 67.502 cidadãos elegeram, em Outubro de 2019, um deputado fascista, racista, xenófobo, homofóbico e sexista para o Parlamento. Pouco mais de um ano depois, esse discurso populista atrai quase meio milhão de portugueses: 496 651 confiaram-lhe o voto nas presidenciais do último domingo, 24. O resultado, que alguns desvalorizam devido aos elevados números da abstenção – acima dos 60% -, expõe de forma preocupante o adoecimento da nossa democracia, e escancara as linhas pelas quais se cose uma sociedade estruturalmente racista: a defesa patológica, pelas elites, do seu privilégio branco. O tema vai estar em análise n’ O Lado Negro da Força. Para seguir a partir das 21h30, no Facebook e no YouTube, hoje com a blogger Sara Sarowsky como convidada.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure="1_2,1_2" _builder_version="4.4.7" custom_padding="||6px|||"][et_pb_column type="1_2" _builder_version="4.4.7"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

por Paula Cardoso

O aviso soou com estrondo em 2016. Na ressaca da inimaginável vitória de Donald Trump nas presidenciais dos EUA, o então embaixador francês em Washington, Gérard Araud, tweetava: “Um mundo que se desmorona debaixo dos nossos olhos.”

Entre a perplexidade e a desilusão com os votantes americanos, entrelaçada a análises minuciosas sobre as especificidades do seu sistema eleitoral, as leituras sobre a irrupção de uma nova ordem mundial, marcada por uma deriva populista nacionalista sucederam-se em artigos académicos, crónicas de jornais, publicações nas redes sociais…

Fomos notificados do efeito de contágio do ‘trumpismo’, assistimos mais tarde a ascensão de Bolsonaro no Brasil, pelo caminho fomos – e vamos – convivendo com o avanço da extrema-direita na Europa, mas continuamos iludidos com a ideia de um qualquer excepcionalismo português.

Nem a eleição de um deputado fascista, racista, xenófobo, homofóbico e sexista para a Assembleia da República activou uma enérgica reacção de combate a tudo o que representa. Pelo contrário, o país assistiu à exaltação impune do ódio racial no Parlamento – com a sugestão de devolução à sua terra de uma deputada negra –, e acompanhou o seu galopar mediático, numa série de manchetes divisionistas.

Uma sociedade à sombra do privilégio branco

Sem inovações em relação à cartilha do populismo nacionalista que seduz eleitores de diferentes nacionalidades, a extrema-direita portuguesa alimenta o ódio pelo “outro” – as minorias são bode expiatório para todas as frustrações –; capitaliza medos e ansiedades em relação ao futuro – acentuados em contextos de crise –; explora os mais primários instintos de sobrevivência – manipulando notícias sobre criminalidade e emprego; apresenta-se como uma alternativa a uma elite corrupta – quando é financiada pelos mesmos interesses do sistema que ataca –; apela ao resgate dos valores patrióticos…tudo isto embrulhado em propostas políticas delirantes e tantas vezes anti-constitucionais.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type="1_2" _builder_version="4.4.7"][et_pb_image src="https://afrolink.pt/wp-content/uploads/2021/01/New-Project-2021-01-22T164719.885.jpg" title_text="New Project - 2021-01-22T164719.885" url="https://www.facebook.com/1525650896/videos/10225324969340987/" _builder_version="4.4.8"][/et_pb_image][et_pb_image src="https://afrolink.pt/wp-content/uploads/2021/01/New-Project-2021-01-27T162200.836.jpg" title_text="New Project - 2021-01-27T162200.836" _builder_version="4.4.8"][/et_pb_image][et_pb_video _builder_version="4.4.8"][/et_pb_video][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version="4.4.8"][et_pb_column type="4_4" _builder_version="4.4.8"][et_pb_text _builder_version="4.4.8" text_font_size="16px" text_line_height="1.6em" custom_margin="||13px|||" hover_enabled="0" locked="off"]

Mas, apesar da previsibilidade destas manobras – onde não falta o fabrico de atentados e a demonização da imprensa sempre que expõe as mentiras populistas –, o jogo político continua incapaz de neutralizá-las.

Isso mesmo demonstra o crescente poder de mobilização da extrema-direita nacional: 496 651 confiaram-lhe o voto nas presidenciais do último domingo, 24, depois de nas legislativas de 2019 esse número se ter fixado nos 67.502.

O resultado tem sido desvalorizado devido aos elevados números da abstenção – acima dos 60% -, e não falta mesmo quem defenda que representa ‘apenas’ o voto de protesto dos descontentes, incentivados pela anunciada reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa.

E que descontentes são esses? À distância das hecatombes políticas observadas nos EUA e do Brasil, as respostas tantas vezes ouvidas em Portugal reflectiam uma certa sobranceria pseudo-intelectual, colando o eleitorado do populismo a cidadãos com menos instrução.

Agora, a avaliar também pela votação nos consulados africanos – onde o candidato da extrema-direita ficou em segundo – fica claro que esta doença que ameaça de morte a nossa democracia é mais um sintoma de uma sociedade estruturalmente racista, em que vale tudo para defender o privilégio branco.

O tema vai estar em análise a partir das 21h30, no Facebook e no YouTube, n’ O Lado Negro da Força, o talk-show online das noites de quinta-feira. Com José Rui Rosário, Pedro Filipe, Paula Cardoso, Mariama Injai e Danilo Moreira. 

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]

Anterior
Anterior

Wil é um dos melhores copy da Europa, e quer mudar o mapa luso dos criativos

Próximo
Próximo

Ainda solteira? Sara Sarowsky responde com um blogue, e planos para TV