Morte ao homem branco? “Há demasiados idiotas neste mundo!”

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Morte ao homem branco?

“Há demasiados idiotas neste mundo!”

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No próximo dia 6 de Dezembro assinalam-se 59 anos desde a morte de Frantz Fanon, um dos expoentes máximos do pan-africanismo, autor de obras fundamentais para a “desalienação do negro”, a descolonização das mentes e a compreensão das distorções e relações raciais. Apesar do extenso e valioso legado que nos deixou, o pensamento do psiquiatra, ensaísta e militante político continua desconhecido, conforme demonstrou a mais recente polémica envolvendo o dirigente da SOS Racismo, Mamadou Ba. Para acompanhar a partir das 21h30, em mais uma emissão d´O Lado Negro da Força, esta noite com Elias Macovela como convidado.

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por Paula Cardoso

“Mamã, um preto, tenho medo!”. Frantz Fanon, o “preto” contido na citação, descobriu-se negro pelo olhar de uma criança branca.

“Medo! Medo! Então, agora tinham medo de mim”, conta em “Pele Negra, Máscaras Brancas”, uma das suas obras-primas.

Revisitando aquelas palavras, o psiquiatra, nascido na Martinica em 1925, partilha o seu efeito transformador. “Passeei sobre mim um olhar objectivo, descobri a minha negrura, as minhas características étnicas – e elas furaram-me os tímpanos, a antropofagia, a doença mental, o fetichismo, as taras raciais, os negreiros…”.

O despertar para a própria negritude aconteceu a partir da mudança para França, destino dos estudos em Medicina e introdução a um território branco.

“Eis que me descubro objecto entre outros objectos”, assinala Fanon, reconhecendo que, antes desse confronto racial, vivia em estado de alienação.

A auto-análise levou-o a propor, em 1950, uma tese de Medicina com o título “Ensaio para a Desalienação do Negro”.

Pele Negra, Máscaras Brancas

Rejeitada a ideia, sob a alegação de que não cumpria os pressupostos metodológicos, mas, sobretudo devido ao conteúdo revolucionário – porque criticava a psiquiatria tradicional colonialista –, Fanon alterou-a e, dois anos mais tarde, em 1952, apresentou a versão final.

Nascia assim “Pele Negra, Máscaras Brancas”, que, deveria ser um livro de leitura obrigatória para todos aqueles que procuram uma maior compreensão de si próprios e do mundo.

Não é claramente o caso de quem, nos últimos dias, atacou Mamadou Ba, pela intervenção, no passado dia 21 de Novembro, na conferência digital sobre o "Racismo e avanço do discurso de ódio no nundo", transmitida no canal YouTube do projecto "Pensar Africanamente".

No contexto do debate, em que os ensinamentos do pan-africanista vieram a lume, o dirigente da SOS Racismo afirmou: “Nós temos é que matar o homem branco como sugeria o [Frantz] Fanon. O homem branco que nos trouxe até aqui tem de ser morto. Para evitarmos - como dizia Orlando Patterson - a morte social do sujeito político negro é preciso matar o homem branco, assassino, colonial e racista".

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Isso mesmo demonstra a horda de comentários que se seguiram, tão descontextualizados que deram lugar a “notícias” sobre o pretenso apelo de Mamadou Ba ao genocídio do homem branco.

Nada, porém, que o próprio Fanon não tivesse observado e documentado.

“O colonialismo não se satisfaz apenas em manter um povo sob as suas garras e em esvaziar o cérebro dos nativos de toda a forma e conteúdo. Através de uma lógica pervertida, ele se volta para o passado dos oprimidos e o distorce, desfigura e destrói”, escreveu em “Condenados da Terra”, outra das suas obras-mestras.

O intelectual alertou ainda para o compromisso de se dizer aquilo que tem de ser dito, sobretudo quando a mensagem gera oposição.

“... Por que escrever esta obra? Ninguém a solicitou. E muito menos aqueles a quem ela se destina. E então? Então, calmamente, respondo que há demasiados idiotas no mundo. E já que o digo, vou tentar prová-lo. Em direcção a um novo humanismo... À compreensão dos homens...”. De todos.

Nós seguimos no caminho do entendimento e convidamos todos a se juntarem,  a partir das 21h30, em O Lado Negro da Força, o talk-show online das noites de quintas-feiras. Com José Rui Rosário, Pedro Filipe, Paula Cardoso, Mariama Injai e Danilo Moreira. Acompanhe O Lado Negro da Força, no Facebook e no YouTube.

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