Vanessa Fernandes faz filmes, e isso representa-nos com muitos mundos

Nascida na Guiné-Bissau, Vanessa Fernandes cresceu entre a França – onde aterrou com os pais, quando tinha apenas um ano de vida – e Macau, para onde se mudou, só com a mãe, sete anos mais tarde. Aí ficou por mais de uma década, até se fixar em Portugal, que já conhecia como destino de férias. Entre trânsitos, a Alemanha também foi casa, e a sétima arte tornou-se um caminho de resistência, e de afirmação da sua africanidade e negritude. Hoje a viver no Porto, é mestre em realização de Cinema e Televisão, e doutoranda no departamento de Estudos Artísticos em Estudos Fílmicos e da Imagem na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A partir das 21h, todos os planos passam pelo O Lado Negro da Força.

Filha de investigadores que deixaram a Guiné-Bissau para prosseguir a vida académica em Paris, Vanessa Fernandes aterrou, ainda bebé, em França, e nunca mais parou de somar mundos.

De país em cidade, desde a Guiné de nascimento, a realizadora viveu 12 anos em Macau, destino que se seguiu a sete anos de infância em terras gaulesas.

Portugal foi-se juntando ao mapa de idas e vindas, a partir de férias familiares, até se tornar morada, hoje fixada no Porto. Foi nesta cidade que concluiu a Licenciatura de Som e Imagem, com especialização em Cinema e Televisão, pela Universidade Católica Portuguesa, depois de uma passagem interrompida por Design de Comunicação, na Faculdade de Belas Artes.

A formação académica prossegue agora com o doutoramento no departamento de Estudos Artísticos em Estudos Fílmicos e da Imagem na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, precedido do mestrado em realização de Cinema e Televisão.

A par com o percurso académico, Vanessa constrói uma sólida e internacional trajectória profissional, este ano já com passagens pelo Rio de Janeiro e Goa.

“Reconheço-me como realizadora afrodescendente quando faço os meus trabalhos. Quando escrevo um guião, a tendência é focar-me em temas que tenham a ver com as minhas origens”, contou a realizadora em entrevista ao Público, partilhando a influência incontornável das suas origens guineenses.

Na mesma conversa, a guineense sublinhou como o seu trabalho “vinca a questão dos cruzamentos”, enquadrando as personagens, que também são afrodescendentes, num contexto europeu. “É importante vermo-nos representados, não temos que ser só europeus, só africanos”.

Além de apresentar criações em nome próprio, Vanessa tem colaborado com outros artistas, colectivos, e companhias de teatro. Participa igualmente em festivais e conferências internacionais, numa viagem sem fronteiras.

Para acompanhar a partir das 21h, no Facebook e no YouTube.

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