Votos nas autárquicas: quem não está a contar para o mapa político?

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Votos nas autárquicas: quem não está a contar para o mapa político?

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A taxa de abstenção nas autárquicas do último domingo foi a segunda mais elevada de sempre: 46,35% dos eleitores não foram votar, valor apenas superado pelos 47,40% registados em 2013. Os indicadores nacionais tornam-se mais expressivos em alguns municípios, campeões em falhar a ida às urnas. A lista inclui os concelhos de Sintra e da Amadora – o primeiro com 60,19% de abstenção; o segundo com 57,31%. Face à forte presença de minorias étnicas nessas duas autarquias, que expressão terão os eleitores africanos e afrodescendentes nesses resultados? Que mapa político teríamos se todos os imigrantes tivessem direito de voto? As lideranças comunitárias estariam a ocupar o poder local e a abrir caminho para novos palcos? Reflectimos sobre algumas incidências eleitorais mais logo n' O Lado Negro da Força.

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por Paula Cardoso 

Uns à esquerda, outros à direita, os convites começaram a circular com alguma insistência nos últimos meses, esvaziados de qualquer seriedade. Podemos traduzi-los para linguagem de pregão nestes termos: “Precisa-se pessoa negra para figuração política”.

Perdi a conta aos relatos que ouvi nesse sentido, de amigos e conhecidos negros desafiados a posar – não confundir com propostas para serem incluídos – nas listas partidárias formadas para a corrida às autárquicas.

O assédio é real e crescente – há mesmo quem coleccione convites de diferentes partidos e movimentos –, mas o compromisso em promover efectivamente uma maior diversidade étnico-racial nas suas fileiras – que depois se traduza em políticas para a inclusão – ainda não passa de ilusório.

Isso é demonstrado não apenas pelo encaminhamento dos convidados para lugares não elegíveis, como também pela indisponibilidade de acolhimento das suas ideias nos programas, sempre que as mesmas possam beliscar o capital de privilégios acumulados pela maioria branca.

A inconsequência dessas campanhas de sedução política manifesta-se igualmente no atropelo às lideranças comunitárias que, todos os dias, estão onde o Estado não está – realidade evidenciada no pico da pandemia, com a obrigatoriedade do confinamento a retirar o sustento a demasiados agregados familiares residentes nas periferias racializadas e empobrecidas.

Envolver as comunidades, combater a abstenção

Para quem só encontra respostas aos seus problemas na mobilização comunitária, que incentivo à participação política poderá existir sem o envolvimento da própria comunidade?

Até que ponto as elevadas taxas de abstenção nas autárquicas do último domingo refletem a exclusão política das minorias étnicas?

Nos concelhos de Sintra e da Amadora – o primeiro com 60,19% de abstenção; o segundo com 57,31% -, a forte presença de população africana e afrodescendente sugere alguma relação.

Mas convém também não esquecer que nem todos os imigrantes têm direito de voto, luta que continua por ganhar, inspirando algumas reflexões: que mapa político teríamos se todos os imigrantes tivessem direito de voto? As lideranças comunitárias estariam a ocupar o poder local e a abrir caminho para novos palcos?

Enquanto não temos respostas, reflectimos, na segunda parte d’ O Lado Negro da Força, sobre esse e outros aspectos das autárquicas – nomeadamente a menor presença feminina na liderança dos municípios e os resultados da extrema-direita.

 

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