Um por cento na vida de Fernando Henrique representa 100% de motivação

Filho de mãe portuguesa e pai angolano, Fernando Henrique Nunes nasceu na Namíbia, de onde partiu para Portugal, destino dos primeiros anos de vida, cumpridos sob a protecção das avó e bisavó maternas. Hoje tem 33 anos, e depois de duas fases mais conturbadas – na adolescência e já adulto –, criou o seu projecto de desenvolvimento pessoal. Chama-se 1%_More e assenta em três pilares: mentalidade, persistência e disciplina. Para conhecer amanhã, n’ O Lado Negro da Força.

por Afrolink

Cinco anos marcam um antes e um depois na história de Fernando Henrique Nunes. “Hoje sou o reflexo da mudança. Sou a prova viva de que quando tu queres tu és capaz”, sublinha o criador  do projecto 1%_More, desenvolvido após uma espécie de ‘descida aos infernos’.

“Dei por mim numa encruzilhada de caminhos de mentiras, frustrações, derrotas, ilusões. Tinha perdido o amor-próprio, comecei a beber, perdi a disciplina alimentar o que me levou a engordar e a fumar. Troquei a vida activa pelo sofá. Estava constantemente a alimentar o meu “Eu” mais fraco”.

Sem dourar a trajectória, Henrique partilha na primeira pessoa, as provações que o inspiraram a construir o seu 1%_More. 

“Comecei a correr, larguei a bebida da noite para o dia, deixei de fumar ainda com cigarros dentro do maço de tabaco, criei a minha disciplina alimentar, dei uso à minha mochila e criei o meu estilo de vida 1%_More”.

Letra a letra, a palavra More – que significa mais em inglês –  é assim desconstruída pelo empreendedor: Mindset (Mentalidade), Overcoming (Superação), Resilience (Resiliência) e Effort (Esforço).

A fórmula, revela o também palestrante motivacional, assenta em três pilares: mentalidade, persistência e disciplina.

“Desde que comecei nunca mais parei”, garante, sem esquecer o ponto de viragem. “Bastou um vídeo do ultramaratonista David Goggins para despertar a minha chama e eu perceber que tinha o combustível interno para, mais uma vez, fazer um salto de fé”. 

Já antes, recorda, tinha dado a volta a uma adolescência potencialmente explosiva. 

“Desde tenra idade, tive de lidar com o preconceito da sociedade em relação a ter uma cor que era considerada diferente”, começa por destacar, admitindo que chegou a questionar o porquê dessa diferença e a entrar em conflito com a sua identidade.

“Eram apontados só defeitos aos indivíduos de raça negra, como se fôssemos o problema da sociedade. Tudo isso fez com que me perdesse no caminho, tendo passado por uma adolescência complicada, com consumo de álcool e também de drogas leves”.

A jornada de aceitação começou por assentar nos valores recebidos pela família. 

“Essa fase não era o reflexo da educação que a minha avó e mãe me tinham transmitido. Então, aos 17 anos abri a porta do meu roupeiro, olhei para a minha imagem ao espelho e decidi mudar”.

O caminho do exército tornou-se natural, tendo em conta a influência do avô, antigo militar. “Quis provar a mim mesmo e a esta sociedade que eu era mais que um rótulo. Alistei-me no Exército, onde estive seis anos, e o meu valor foi reconhecido”.

A experiência de superação, repetida mais recentemente, serve agora de inspiração para outros. “É o que fazemos pelas pessoas que define o tipo de Ser Humanos que somos”. Henrique Nunes escolhe ser mais. Nem que seja um por cento mais.

Para conferir amanhã n’ O Lado Negro da Força.

A partir das 21h, em directo no Facebook e no YouTube.