2023 de criminalização do anti-racismo, com um ponto terminal parágrafo

O ano está prestes a terminar e, como manda a praxe da época, pesamos não apenas os excessos de Natal, mas também os altos e baixos dos dias que consumiram mais um calendário, e antecipam o ritmo do próximo. A luta continua!
por Paula Cardoso

A infiltração da extrema-direita nas forças de segurança portuguesas está há muito reconhecida em vários relatórios internacionais, que continuam a ser negados, ignorados ou relativizados por quem tem o dever de combater essa ameaça.

A normalização de princípios e valores que violam os preceitos constitucionais e fragilizam as nossas fundações democráticas segue tão solta em Portugal que, nos últimos meses, assistimos à criminalização do anti-racismo e à queda de um Governo a partir de manobras judiciais aparentadas de “normal funcionamento” do poder judicial.

Mas o que há de “normal” na condenação de um defensor dos Direitos Humanos como Mamadou Ba, e na exaltação da “honra” de um cadastrado e orgulhoso nazi como Mário Machado?

O que há de normal em acusar uma pessoa que se defende de uma agressão policial, como o fez Cláudia Simões? O que há de normal em lançar suspeitas criminais sobre um primeiro-ministro, precipitando a sua demissão e a dissolução do parlamento, sem que as mesmas sejam cabalmente sustentadas?

Aconteceu em 2023, um ano que também fica marcado pela intervenção do Vida Justa, movimento que nos juntou nas ruas, agregando força às nossas lutas colectivas.

A caminho de um 2024 que antecipa a comemoração do centenário do nascimento de Amílcar Cabral e dos 50 anos de Abril, importa defender a Liberdade como quem defende a Vida.

Lutemos! Com a consciência de que há uma extrema-direita nacional, internacional e criminosamente organizada para que o ódio e a morte vençam no próximo dia 10 de Março. Temos o poder de impedir que isso aconteça.

A luta continua. Até 2024, pessoas DO bem!