A actualidade de um jornal com 110 anos, em foco n’ O Lado Negro da Força

Neste 9 de Março de 2021, celebramos o 110.º aniversário do primeiro número do jornal “O Negro: Órgão dos Estudantes Africanos de Lisboa”, com a reedição desta publicação histórica, em destaque esta noite, numa emissão especial d’ O Lado Negro da Força. Para acompanhar a partir das 21h30, em directo no Facebook e no YouTube, com as presenças da socióloga Cristina Roldão, do historiador José Pereira e do antropólogo Pedro Varela. Fiquem ligados!

por Afrolink

Esta é uma “uma semente de um movimento negro silenciado”. As palavras servem de título à edição comemorativa do 110.º aniversário do jornal “O Negro: Órgão dos Estudantes Africanos de Lisboa”, assinada pela socióloga Cristina Roldão, o historiador José Pereira e o antropólogo Pedro Varela, e publicada em parceria com o projecto editorial Falas Afrikanas.

Lançada neste 9 de Março de 2021, dia em que se cumprem 110 anos desde a impressão do primeiro número d’ “O Negro”, esta edição histórica vai estar em destaque, a partir das 21h30, numa emissão especial d’ O Lado Negro da Força.

Até lá, podem ler o jornal na íntegra em formato digital, ou na versão em papel, através das ligações disponibilizadas no final deste artigo.

Um instrumento de combate anti-racista na actualidade

Para já, damos a conhecer o porquê deste projecto, pelas palavras da equipa que o fez acontecer.

Num momento em que a sociedade portuguesa e outras entram num intenso debate público, mas também de disputa política, sobre o racismo, e em que os jovens são protagonistas de importantes movimentos sociais, a reedição do jornal “O Negro: Orgão dos Estudantes Africanos”, 110 anos após o seu surgimento em Lisboa, dificilmente poderia ser mais oportuna.

Lançado em 1911, e apenas com três números este foi o primeiro jornal, de que temos conhecimento, de uma geração que, durante vinte e dois anos, se organizou em torno do pan-africanismo, da luta contra o racismo e da reivindicação de direitos para as os territórios colonizados; uma geração que resistiu de 1911 a 1933, até à chegada da ditadura férrea do Estado Novo.

O jornal, que era dirigido por estudantes universitários negros em Portugal, pretendia combater as “iniquidades, opressões e tiranias”; apelava à construção de um partido africano; e, exigia da 1ª República, o fim da desigualdade racial. Reivindicavam uma África que fosse “propriedade social dos africanos” e não retalhada pelas nações e pessoas que a conquistaram, roubaram e escravizaram.

Trazer para o presente este jornal e revelar a importância do movimento que ele despoletou é ferramenta imprescindível para questionar o silenciamento constante a que a história dos afrodescendentes e africanos é votada na sociedade portuguesa. É também homenagear e dar continuidade ao trabalho de Mário Pinto de Andrade que deixou pistas preciosas para que as gerações seguintes pudessem conhecer a sua presença multissecular em solo português e a resistência histórica de que são herdeiros. Assim sendo, reeditar “O Negro” 110 anos depois não se resume a uma mera comemoração de uma efeméride, mas o exercício do direito à memória, que é, acima de tudo, um instrumento de combate anti-racista na actualidade.”

Vamos conhecê-lo melhor na emissão especial d’ O Lado Negro da Força. Para seguir no Facebook e no YouTube. Siga o jornal O Negro no Facebook

 

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